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Justiceiro: Zona de Guerra (resenha)

Existem duas formas de resenhar esse filme. A mesma que usarei para resenhar Wolverine em breve. A primeira é como fã de quadrinhos que sou, o que implicará num quase total descaso em relação a essa produção. A segunda é como cinéfilo que entende que há filmes para se pensar, filmes para desligar o cérebro e assistir e filmes de fato ruins. O Justiceiro: Zona de Guerra fica na segunda opção da minha visão como cinéfilo. Vale destacar o seguinte: O Justiceiro já teve outros dois filmes, um com Dolph Lundgren em 1989 que é uma bosta e que de Justiceiro da Marvel num tem nada, a não ser o fato de se chamar Justiceiro e ter a família assassinada. Fora isso, nem a caveira no peito tem, se limitando a ter uma referência com o Frank Castle apenas por uma caveira numa faca (!) e mais nada. Já a outra versão é mais recente, é uma com Thomas Jane ali de 2004 e que esse pelo menos teve mais a ver, inclusive com o visual, mas mudaram um pouco a história. Besteira, só os fãs mais ardorosos ficaram enfezados, que é o lance com a família de Castle é assassinada. Invés de ser num parque, é durante um churrasco em família, com outras tantas. Esse é menos ruim. Mas como deveria ser um filme do Justiceiro, um cara amargurado que viu a família ser morta num fogo cruzado entre mafiosos? Eu não sei o que os críticos esperavam de um filme como esse, mas não dá pra sair algo pra Oscar daí. A maior referência agora para um filme baseado em quadrinhos é Batman- O Cavaleiro das Trevas, que conseguiu deixar um filme que tem um personagem de quadrinhos num patamar alcançado por poucos filmes do gênero. Mas então como avaliar Justiceiro: Zona de Guerra? É como eu falei: tem de desligar o cérebro e curtir a ação. Não espere assistir um Batman- Cavaleiro das Trevas ou X-Men 2, que são produções muito boas, com temas fortes, roteiros bem escritos e direção bem traçada. Esse novo Justiceiro é aquele que vemos numa cruzada suicida dentro da criminalidade de Nova Iorque. É um Justiceiro mais parecido com os quadrinhos. Por tanto, essa nova versão é sim bem mais fiel às suas origens, principalmente a fase escrita por Garth Ennis. Podemos ver cabeças estourando, gente explodindo no ar, violência gratuita o tempo todo. E é esse o calcanhar de Aquiles do filme. Não tem enredo. Tem um fiapo de história vem fácil de ser resumida aqui. Frank Castle continua sua jornada para acabar com o tráfico da cidade, pegando pesado, entrando nas casas dos mafiosos e provocando o caos. Em uma investida contra um desses em um porto, acaba fazendo surgir o Retalho, vilão com a cara toda desfigurada que remonta a mesma cena efetuada por Jack Nicholson em Batman de Tim Burton em 1989 quando o personagem resolve se olhar no espelho após ter sofrido um acidente no rosto que o desfigura. A partir desse momento se torna um filme de vingança mútua onde Castle, arrependido por ter matado um policial disfarçado nessa operação, tenta compensar a família do tira. É deveras uma trama rasa, sem muitas reviravoltas.
Mas o fato é que esse é o Justiceiro mais “Justiceiro” que já foi levado aos quadrinhos. O ator Ray Stevenson, do seriado Roma, caiu bem melhor vestindo a caveira no peito que seus antecessores. Ainda aparecem os personagens Microchip (Wayne Knight) e o Detetive Soap (Dash Mihok), bem parecidos com suas contrapartes nos quadrinhos. As cenas de ação são bem feitas, a fotografia do filme é fantástica, mas de fato peca bastante em texto, com buracos enormes na trama e alguns diálogos fracos, saídos de filmes de segunda. Esse filme foi uma dor de cabeça para os envolvidos como a diretora Lexi Alexander, que reza que fez um filme e os produtores entregaram outro quando o montaram e rendeu um bate boca da porra por detrás das cortinas. Agora você me pergunta: é um bom filme afinal? Bem, como filme baseado no personagem, chegou perto. Como cinéfilo, se você desligar o cérebro, dá pra assistir na boa. Com muita pipoca e no comecinho da noite junto a outros amigos que gostam de quadrinhos pra ficar conversando durante uma ou outra cena. Se você não assistir dessa maneira, pode desistir de assistir que será perca de tempo.

Comentários

Anderson Cossa disse…
Fala Ed!

Cara, eu assisti esse novo Justiceiro, e me diverti pacas. Claro que não dá pra levar a sério. Puta filmão B. Melhor, Seriadão B :P
Mas já desencanei desse negócio de adaptação de quadrinhos pro cinema. Pra mim já encheu. Cinema é outra coisa. Mas enquanto der dinheiro, vão adptar até o Youngblood. (Eca)

Mas cá pra nós, esse novo Justiceiro tem uma MIRA com um lança missíl, hein? Ahahahahahah!

Abraço!