Quando se fale remake todo mundo logo torce as ventas. Normal! Mexer em algo que já foi feito e consagrado por fãs irrita os mais puritanos e acabam não agradando potenciais novos adeptos. No caso de filmes de terror a coisa vai mais além, pois a estética das produções de terror e horror hoje contam com uma infinidade de efeitos especiais computadorizados e apoiando-se nos sustos fáceis regados a efeitos de som. Quem nunca tomou um susto com aquele “TAM” do som durante uma cena mais tensa? Pois é. Esse é basicamente o terror dos cinemas de hoje. Mas quando George Romero, veterano dos filmes de mortos-vivos começou a explorar o tema de forma mais “natural”, isto é, inserido os zumbis comedores de miolos numa população pega no fogo cruzado, os filmes de terror em sua maioria ganharam bastante por trazer o medo a qualquer um. Por trazer o medo a pessoa comum, que acha que está seguro em casa. Bom, o que posso dizer é que The Crazies (Epidemia) apesar de ser um remake de um filme de Romero de 1973, ele deixa os sustos fáceis de lado e jogo o expectador numa atmosfera condensada pelo desespero.O mais interessante dessa nova roupagem é que o diretor Breck Eisner não quis saber de fazer um filme grindcore (nojento) cheio de modismos levantados pela saga aparentemente infinita Jogos Mortais e sim um filme com o mesmo espírito dos filmes de Romero, mas atualizado para os dias de hoje. A história começa numa cidade do interior dos Estados Unidos onde tudo é lento e todas as pessoas se conhecem. Até aí, normal. Mas do nada uma dos moradores surta e invade uma partida de baseball dominical onde a população se reuni para torcer por seus filhos. O xerife David Dutten (Timothy Olyphant) acha que o cidadão está apenas bêbado, mas nota que ele está lá para ferir pessoas de forma inexplicável. A principio as pessoas olham com curiosidade, até que para se defender o xerife acaba matando o individuou gerando um ar pesado na cidade.A partir desse momento vários acontecimentos iguais começam a surgir na cidade com as pessoas tendo um surto de fúria assassina. A tensão só aumenta quando os militares resolvem intervir na cidade e começam a selecionarem possíveis infectados por algo que pode ter seguido através da água encanada (as razões são vistas no comecinho do filme). Abrindo grandes campos de concentração o exército resolve evacuar a cidade, tirar os não contaminados e até matar os que estão sem dó e nem piedade. O xerife e mais uma pequena comissão formado por alguns moradores locais e sua esposa médica grávida que está contaminada resolvem se evadir do local. Começa uma caçada no meio de estradas, matos e casas abandonadas num clima claustrofóbico. E segue assim até o final, sem nunca recorrer ao susto fácil. Para quem procura fugir dos filmes- pipocas e busca um pouco mais de adrenalina na veia, esse é o filme. Como fã de George Romero e seus filmes de mortos-vivos, posso dizer que essa nova versão é uma grande homenagem ao mestre assim como Madrugada dos Mortos (de Zack Snyder). Tá valendo aquele susto na sala escura.
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