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Wolverine e os X-Men e os Fabulosos X-Men (resenha quadrinhos)

Wolverine e os X-Men #01
A nova publicação “X” Wolverine e os X-Men chega a ser interessante para novos leitores, mas infelizmente está carregada demais de muita cronologia mutante da Marvel. Não é escancarado, mas é o suficiente pra fazer qualquer leitor novo boiar, e até os mais veteranos- no meu caso- que não vinha acompanhando com muito interesse o Universo dos X-Men, sentirá dificuldades em entender muita coisa. Dito isto, eu tentei me inteirar do que vinha rolando antes pra não fazer uma resenha arbitrária. Como não tive paciência de catar tudo como deveria, dei apenas uma “olhada por cima” e poderia falar superficialmente do que acontece aqui, mas vou me prender apenas ao que li em si. O roteirista Jason Aaron já chegou a ser dado como o novo “Alan Moore” dos quadrinhos, mas disso ele num tem nada. As poucas coisas que li dele eram no máximo um pouco melhor que o dos outros, e ia de médio para regular. Nunca consegui acompanhar com regularidade o trabalho desse roteirista. Não sei em outras HQs, mas aqui Aaron é mais do mesmo. Muito diálogo, uma bagunça contextual enorme (que pode ter sido proposital para simular um “primeiro dia de aula”) aliado a ramificações cronológicas de últimos eventos dentro do universo Marvel. Ainda assim, consegui compreender tudo numa boa, o que é um ponto positivo. Se fosse um leitor novato, ele também entenderia, mas boiaria em algumas situações. O problema dessa edição é que Aaron tentou mostrar um pouco de tudo, e no final, não mostrou nada. Extrapolou no final, trouxe personagens duvidosos que podem deixar esse título com cara de Malhação (pois é) e a melhor atmosfera que posso apontar aqui é um “X-Men: Evolution” despirocado. Não que eu não gostasse da série animada. Gostava bastante até. Mas falo do nível mais unidimensional que a série animada de TV tem, muito previsível e sem muito “gingado”. A arte de Chris Bachalo continua boa. É um cara competente no estilão dele. A tinta por Tim Towsend, Jaime Mendonza e o veterano Al Vey cumprem bem a arte-final, mas alguém escorregou algumas vezes na dimensão do traço. Nada muito visível. No final, não é uma HQ ruim, mas ficou aquém do esperado pra mim. Wolverine, Lince Negra, Fera,Gambit, Vampira e Homem de Gelo formam o núcleo principal dessa equipe. A trama coloca Wolverine e Kitty Pryde tentando convencer a dois representantes do estado que a Instituto Jean Grey para Estudos Avançados é um local seguro para mutantes e alunos em geral. Claro que tudo dá errado e pelo menos é divertido ver isso. Aaron constrói um clima menos dramático e depressivo, carimbos garantidos em tudo que é mutante.

Primeira impressão quando olhei: Confusa.
Impressão depois de lida: Melhor do que eu esperava.

Os Fabulosos X-Men #01
Se Wolverine e os X-Men é quase alto suficiente, o mesmo não pode ser dito de Os Fabulosos X-Men. Eu entendi que a intenção do roteirista Kieron Gillen é fazer dessa ramificação “X” seu próprio Vingadores ao estilo Brian Michael Bendis trazendo personagens díspares para a trama como Perigo, Magneto, Namor, Hope, os irmãos Colossus e Magia como prato principal e Tempestade e Ciclope como membros de raiz, já diz tudo. É uma equipe estranha. Mas aqui não funcionou tão bem quanto visualmente. Parecia ser interessante. Só parecia. Gillen de longe não é Bendis e nem tão pouco Grant Morrison. Eu não conhecia o trabalho dele, mas o cara é fraco. Muito fraco. Sem identidade nenhuma. Quem ler isso de cara vai ver que ele tentava acima de tudo, emular um Chris Claremont. E é o terceiro nome que falo para comparar o trabalho do cara. Como eu disse, sem identidade. Numa trama muito ligada aos últimos eventos, temos Colossus agora fundido ao Fanático (hein?), a irmã morta de Colossus, Illyana está de volta... de novo. Que eu me lembre aqui ela já morreu umas duas vezes. E me pergunto: Magneto de novo? De vilão foda a arrependido pau mandado? E a Perigo? Vilã da fase de Joss Whedon... aqui outra vez? Do lado dos X-Men? Sério mesmo? Alguém dentro da Marvel vê essas coisas? Até o falecido Sinistro retorna como vilão inicial. Não acontece nada de interessante aqui. Nada mesmo. Até corno o Ciclope será... de novo. A Rainha Branca dando em cima do Namor. Magneto e Tempestade discutindo filosofia em plena uma batalha. Colossus tendo que “arcar com sua nova maldição de forma dramática” e agora ele é quase monossilábico. Muita pose. Muita pose por todos os lados. Parece que não perdi muita coisa dentro dos X-Men. A arte de Carlos Pacheco apenas traduz em visual o que o texto pedi. Ainda é um grande artista, mas está longe de sua época em títulos como Superman/Batman, Vingadores Eternamente e até mesmo por sua passagem em X-Men muitos anos atrás. Está bem padrão. Cam Smith não consegue fazer um traço tão homegeno como Jesus Merino fazia na arte de Pacheco. Para não dizer que a HQ é completamente ruim, o final é interessante e a Emma Frost sofrendo um revés foda em sua forma de diamante é intrigante. No mais, só bravatas e lamentações. Isto é, os X-Men de sempre. Na trama Ciclope tenta convencer a sua nova “tropa” que os X-Men são uma equipe de combate contra o medo mutante. Em diálogos melodramáticos e textos piegas, os X-Men de Ciclope acabam numa batalha com Sinistro- ou uma emulação dele- num parque de São Francisco. Bravatas, bravatas e mais bravatas. E só.

Primeira impressão quando olhei: Mais do mesmo.
Impressão depois de lida: Ruim. É mais do mesmo.

Para melhor compreender essas duas HQs, o leitor precisará ler X-Men Regêneses com texto de Kieron Gillen e arte de Billy Tan. Hmmm... eu tentei, mas não consegui de tão ruim. Li apenas algumas partes. Essencialmente é a convocação e divisão dos X-Men do lado de Wolverine e do Ciclope que disputam “figurativamente” os mutantes que estão em Utopia- lar mutante. Para quem é leitor de quadrinhos pode até ser dispensável, mas ajuda na compreensão das duas revistas. Mas o texto é tão amador e mastigado, e arte de Billy Tan tão fraca, que dá não dá prazer em continuar. Pelo menos não na tela de um computador. Fica a dica. Às vezes parece que a gente já fala estigmatizando um trabalho, mas não chega nem perto disso. É preciso entender que nem tudo que reluz é ouro. Não é porque é "X-Men" que tem que ser bom independente de qualquer coisa. Se não é bom, não é bom. Vide aí muitos e muitos títulos de The New 52. Neste caso específico, o trabalho das duas revistas está pesado. Como se tentasse desafogar uma cronologia confusa. Falta em X-Men algo coeso, coisa que não é visto aqui há muito tempo.

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