Mas em 1996 quando seus WildC.A.T.s vieram para o Brasil pela Globo, apesar da fama ainda em alta por aqui, lá fora a coisa já não era tão grande assim. Mas não por culpa exatamente dele, mas de forma indireta Lee despertou no mercado estadunidense uma espécie de padronização muito negativa. Muitos editores- e editoras- queriam que seus desenhistas se espelhassem no traço de Lee que era um sucesso! Isso gerou uma série de clones muito inferiores, com traços que tentavam emular o sucesso alcançado por Lee e por sequência um esgotamento. Alguns bem poucos quase chegaram lá, mas ainda assim forçavam a indústria a investir numa linha quase industrial, o que acabou saturando e deixando o próprio Lee engolfado em seu talento.
Em determinado período ele chegou a mudar sua arte sutilmente, mais limpo, meio que pegou "emprestado" alguns linhas do novato em acessão J. Scott Campbell. Mas não adiantou muito. Sua arte caiu de qualidade com o tempo e nem sua pretensa passagem pela Marvel novamente em Heróis Renascem acendeu aquela chama criativa. Apenas quando aportou na DC no Batman durante o arco Silêncio, Lee voltou de fato aos holofotes.
Na DC Comics Jim Lee se estabeleceu de vez, vendeu a WildStorm para a Warner e foi galgando status dentro da editora sendo um dos nomes criativos mais fortes da casa- mesmo tendo cocriado Os Novos 52, uma das tomadas editorais mais burras que me lembro desde a Saga do Clone do Homem-Aranha. Mas o fato mesmo depois disso tudo, Jim Lee ainda é um nome extremamente forte no mercado e muito respeitado. Hoje Jim Lee não entra nem no meu "Top 10" e precisaria pensar bem se entraria no meu "Top 20", mas sua importância tanto positiva (X-Men) como negativa (WildC.A.T.s, Novos 52 e a influencia editorial artista catastrófica nos anos de 1990), vai reverberar na História das Histórias em Quadrinhos como um desenhista que movimentou o cenário, elevou a régua, criou novos conceitos e fez um burburinho no mercado que há tempos não se via. Posso não ser mais fã dele como antigamente, quando meu conhecimento era extremamente artificial e minhas influências limitadas, mas meu respeito como profissional e impacto em minha vida como leitor de quadrinhos pode apostar que ele tem. Ainda gosto muito dos seus trabalhos e sempre fico de olho.
Comentários