Coelho Puto, criação minha
Uma coisa que sempre me dizem é o seguinte: “Cara... tu desenha bem. Faz aí um desenho assim, assim e assado”? E eu digo: “Ih, velho... num sei fazer isso não”. Do começo então. Eu tinha uns 10 anos ou mais um pouco. Num sei ao certo. Eu desenhava olhando pelos álbuns de figurinhas. Muito tempo se passou e agora estou aqui. Rápida, né, essa passagem de tempo? Mas é pra dizer que quando eu era pirralho, eu achava que sabia desenhar. Mas agora que sou grandinho, tenho certeza de que num sei porra nenhuma. As pessoas vivem dizendo pra mim que eu desenho bem e tal. Olha só: não. Eu não desenho bem porra nenhuma. Eu sei fazer uma ou duas poses aqui e ali. Mas não sei trabalhar com perspectivas, cenários, não sei desenhar animais, carros, mãos, pés, gente de costas... enfim. Minha anatomia é horrível.

Ilustração do Poderoso Porco, criado por Lucas Ed
Aí vem um diz: “Estuda isso e aquilo”. Xará... seguinte. Eu num tô nem aí. Sabe por quê? Porque eu não gosto desenhar. Tem momentos que eu até acho legal sentar e riscar alguma coisa, mas logo em seguida eu abuso. Acho que desenhista é aquele que acima de tudo gosta do que tá fazendo. Ele tem que gostar e eu não gosto. Não pra ficar debruçado estudando isso e aquilo. Faço lá minhas besteiras e pronto. Definitivamente não é a minha praia. Sabe... o sujeito pode saber fazer só dois palitinhos, um círculo e uns rascunhos e dizer que fez uma pessoa. Pra mim, se ela gosta daquilo, se sente prazer em riscar aquilo e quer continuar naquilo, essa pessoa pra mim, é muito mais desenhista que eu.

Página dos Invictos que fiz pro Rafael Tavares
Tem que gostar. Num importa se tu desenha dois palitos ou uma arte fodástica cheia de detalhes, anatomia perfeita, cenário ultra real e pá de lá e pá de cá...! Se você não curtir aquilo que faz num te faz um desenhista necessariamente. No máximo te faz um cara que trabalha bem naquilo. Eu amo escrever. Isso eu gosto mesmo. E é por isso que eu acabo “desenhando”. Porque quero pôr as minhas idéias no papel de uma maneira visual. E os quadrinhos fazem isso de uma forma muito boa. E é aí que entra o Ed aqui na parte das “artes”. Eu “desenho” porque não tem quem acompanhe meu ritmo de criação e que possa disponibilizar tempo para tanto. Afinal, não posso pagar ninguém. Se eu pudesse... pode apostar que eu não pegaria mais num lápis nem pra escrever meu nome. Enquanto isso, vou lá riscando as minhas coisinhas. Mas vale uma ressalva: eu até (quase) gosto de “desenhar” quando amigos me pedem. Mesmo sabendo de minhas deficiências como artista.

Um desenho meu pintado por mim. Raro. Simplesmente porque não gosto de colorido, prefiro mil vezes o preto e branco.
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