Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole (2010) Direção: Zack Snyder Roteiro: John Orloff, Emil Stern Elenco: Jim Sturgess, Hugo Weaving, David Wenham, Emily Barclay, Abbie Cornish, Helen Mirren, Sam Neill, Ryan Kwanten, Joel Edgerton (Vozes originais) Estúdio: Animal Logic, Warner Bros. Distribuição: Warner Bros. Duração: 90 minutos
Tudo bem que já faz uma semana que eu assisti, mas como faz também uma semana que o filme estreou, ainda tá de boas. A Lenda dos Guardiões é um filme bacana, bem sacado e conta com uma animação fantástica, fruto da mesma empresa australiana que fez o ótimo Happy Feet- e você nota isso nas expressões da corujas. Bola dentro para a Animal Logic que fez um trabalho gráfico que denota a evolução ainda mais da computação gráfica. Bem, dito isso, posso falar, no entanto que o filme tem dois problemas: primeiro que não é infantil. Segundo que a mão do diretor Zack Snyder (300, Watchmen) pesou e pecou por ter conduzido o filme a distancia. Vamos ao primeiro problema. Sei que animação não precisa ser sinônimo de “infantil” o tempo, o que seria uma tremenda burrice pensar assim. Mas no caso de A Lenda dos Guardiões a classificação “infantil” passa de forma muito reservada. Na sala do cinema que eu assisti tinha poucas crianças- não por conta do filme, mas acredito que por conta do valor do ingresso que estava salgado, pois a exibição em 3D tem seus custos- mas ainda assim as vezes que vi alguma delas rirem foram tão raras como água no deserto.
Zack Snyder é o segundo problema. Ele disse em entrevista que queria fazer um filme em que seus filhos pudessem assistir nos cinemas e os divertir. Até aí tudo bem. O problema é que o cara “filmou” A Lenda dos Guardiões lá do Canadá enquanto filmava (de perto) seu próximo filme Sucker Punch. Tudo era feito por videoconferência. Isso com certeza pesou no resultado final do produto. Sem dúvidas nenhuma. Mas isso quer dizer que o filme é ruim? Não, claro que não. O filme é bom, só não é divertido no sentido de te fazer rir o tempo todo como em filmes, por exemplo, da Pixar. A Lenda dos Guardiões tem poucos alívios cômicos (poucos mesmo) e muita ação em câmera lenta. É um filme violento, mesmo que não tenha derramamento de sangue. As “lutas” entre as corujas são fortes, com direitos a embates épicos no ar e penas voando nos céus. Na história a jovem coruja Soren que ainda estava aprendendo a voar acaba sequestrada junto com seu irmão e ambos são levados para um local obscuro onde o mal retorna aos poucos. Os vilões chamados de Puros estavam teoricamente extintos, mas Soren conhecedor da história vê que os vilões são verdadeiros e numa fuga desesperada voa em busca dos Lendários Guardiões para que os mesmos derrotem o mal.
Nada de novo, certo? Certo! Não é um filme muito criativo em termos de enredo, mas sabe empregar bem a narrativa a seu favor. Ele é previsível até o fim, mas a animação bem montada faz com que você cole sua bunda na poltrona por mais de uma hora e meia. O atrativo pra mim e minha consorte foi mesmo o 3D e foi isso que valeu no final. Antes da sessão iniciar (isso está ficando comum já) foi apresentado um curta metragem em 3 dimensões do Papa-Léguas bem divertido. Já o filme em si com tridimensionalidade ficou além de minhas expectativas. Um conselho a quem quiser assistir aos filmes em 3D: tentem resistir a esses filmes convertidos em 3D e procurem os filmes filmados em 3D. É completamente diferente e muito mais evidente. Valeu o preço do ingresso e ainda sobrou pra pipoca e pro refri, pô! Como Avatar está voltando às telas pode ser que eu ainda vá assisti-lo. Filmes em 3 dimensões só os filmados e não aqueles lixos convertidos.
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