Uma coisa posso afirmar de cara: essa nova versão de Moisés para os cinemas é de longe um dos filmes mais mecânicos que já assisti. Veja bem, num é um filme ruim, apenas mecânico, entregue para um público por uma empresa. Ridley Scott é um diretor de mão cheia, ainda que trabalhando no automático. Pode-se perceber um filme pesado, sem acessos inspirados, apenas em alguns momentos criativos. Nessa nova versão do livro Êxodo temos muito mais um Moisés guerrilheiro que um pastor que prega a palavra- isto é, uma versão militar da passagem. Christian Bale é esforçado no papel de Moisés e isso é sentido na força da sua interpretação, mas é impossível não ver o Batman em algumas ações, principalmente quando há bravatas ao longo da película. Já Joel Edgerton entrega um Ramsés simplório, quase robótico. O faraó está muito aquém de sua versão religiosa, e parece apagado na trama, como se estivesse ali apenas para cobrir tabela. Aaron Paul e Sigourney Weaver são praticamente dois figurantes. Mas há passagens interessantes e até uns arroubos criativos como eu bem disse lá no começo do texto. A forma como o rio é tingido de sangue e a "abertura" do Mar Vermelho me pareceu uma solução meio Christopher Nolan da coisa. Seja como for, a versão mais bacana dos últimos tempo ainda continua sendo o longa animado O Príncipe do Egito como uma trama emocionante e uma animação fantástica. Para essa nova versão de Hollywood fica aí os louros dos novos tempos com o pé no terrorismo. É um bom filme, mas está longe de ser um filme emocionante.
Nota: 7,5
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Abração...