Fala, povo Bueirense! Olha meu post nerd chegando!
Tem gente que acha que eu não gosto de super-herois. Isso
não é bem verdade. O que não gosto de super-herois é quando eles são
subaproveitados. Quando os roteiristas os tratam com simplicidade excessiva, mostrando-os
como personagens superficiais, de mente estúpida e decisões fáceis. Quando os
herois são tratados dessa forma, me parece que o roteiro está me fazendo de
idiota, querendo que eu acredite que alguém tomaria aquelas atitudes, ou que
certas soluções, como resolver tudo na porrada, realmente funcionaria. Eu gosto
da porradaria, é claro, mas acho que as coisas precisam ter um mínimo de
conceito, uma base minimamente coerente para justificar as lutas, senão a
história pode ficar rasa demais. E eis uma coisa que não acontece em Liga
da Justiça Deuses e Monstros: historinha rasa e porradaria sem sentido.
Tudo aqui foi muito bem arquitetado e realizado.
Pra variar, Bruce
Timm, o famoso criador da série do Batman dos nos 1990, está no projeto. Só
isso já chama atenção, pois geralmente, Timm nos traz "supers" de qualidade: o seu Batman, por exemplo, é o meu preferido. Não aquele do Frank Miller,
que parece que todo autor hoje em dia quer imitar. Concordo que ele é muito
bom, mas naquele tempo e lugar em que foi usado. Não acho que aquele velho ranzinza
funcione em toda HQ. O Batman deste desenho é muito bom! E não tem muito a ver
com o Homem-Morcego que vemos normalmente. Também o Superman ficou excelente! Bem feito pra quem não gostava do visual
de Clark Kent na nona temporada de Smallville:
Superman de sobre-tudo é foda! Já ouviram falar do conceito original do
Super-Homem (übermensch) do filósofo Nietzsche?
O Super desta bela produção é a versão mais próxima desse conceito que
eu já vi (pelo menos, nunca vi um Superman assim, e tá muito legal!). A Mulher Maravilha, que me desculpem os
puristas, nunca esteve tão linda! Não sou fã dela, nunca a achei interessante.
Mas neste desenho? Que belo design! Finalmente fizeram-na maravilhosa para mim.
A premissa básica que alavanca toda a história, o chão de
concreto onde foi construída, é o uso do poder por seres que realmente não encontram
oposição às suas habilidades. Quem pode derrotar um Superman? Que homem pode
com uma Mulher-Maravilha? Que criminoso pode com um Batman que não hesita em
matar? Alguém realmente poderoso teria os mesmos limites éticos e morais que nós?
Será que alguém capaz de enfrentar um exército seguiria obedientemente a
constituição corrupta e cheia de brechas em suas leis, que beneficiam os
poderosos e esmagam quem não tem poder? A Liga da Justiça deste desenho, não. Em
vez de um monte de personagens "american
way", temos um trio de deuses entre os homens que tem a real vontade
de fazer as cosias darem certo. Fascistas? Talvez. Com certeza eles não são
exatamente modelos de conduta, mas não são demagogos, também. Eles são o que
são e farão o que for preciso para levar ao mundo a justiça que eles julgam
necessária. E você não vai deixar de gostar deles por causa disso. Talvez apenas
deixe de vê-los com aquele olhar superior, de quem os acha idiotas fantasiados,
ou com aquele olhar de fã xiita, que acha que qualquer mudança em seus personagens
queridos é um erro. Esta Liga da Justiça é fodástica, tem também em quadrinhos,
e eu quero ler, sim! Quem disse que eu não gosto de supers? Apenas eu não quero que eles sejam eternos bobinhos maniqueístas
e cheios de falsa nobreza. Se tem poder, exerçam, porra!
A trama: a Liga não é muito bem vista por causa de seus métodos
extremos. Mas até onde eu sei, a Liga no UDC convencional também não é uma unanimidade!
Alguém arma contra eles para que sejam acusados por crimes que não cometeram; e
o governo, que não exatamente os aprova, mas também não os impede de agir, se
volta contra eles. Durante sua investigação vamos descobrindo o passado e as
motivações da trindade DC, e que eles não são bem quem parecem ser. Nenhum
demérito nisso. Acho que esta Liga funciona tão bem justamente por causa
disso... e até o vilões da história estão bem interessantes, com direto a
surpresas. É um desenho violento como eu nunca vi na DC. Ele não é bom por ser
violento, mas a violência nele tem razões para acontecer. Não é nenhum jogo de
luta! Enfim, eu não quis entregar nada do enredo aqui nem dar spoilers, porque é uma nova experiência,
e se eu contar, vai perder a graça quando vocês virem. Peguem emprestado, comprem,
baixem, façam qualquer coisa pra assistir. Não é o melhor desenho do mundo, mas
é o melhor desenho da Liga da Justiça que eu tenho lembrança de já ter visto.
É isso aí!
Agradecimentos especiais ao Rochett Tavares, que fez uma resenha
tão boa sobre essa animação, que me fez correr atrás do desenho para assistir.
Valeu, cara!
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