Fala, bueiro people!
Hoje vou falar de um momento de transição para o grande super-heroi dos comics, o bom e velho Superman!
Sendo ele o mais antigo ("nascido" em 1938) superhero americano em
atividade, o kryptoniano já passou por poucas e boas em diferentes fases e
encarnações, desde Superboy, super elétrico, super tirano, etc, etc. No Brasil,
várias delas puderam ser acompanhadas através de diversas editoras. Até pela
minha idade, a que acompanhei mais de perto foi a da editora Abril Jovem, onde o heroi
"morava" em terra brasilis antes de a editora deixar de publicar o
gênero, que foi assumido pela editora Panini, que também faz um ótimo trabalho.
A Abril publicou a última fase grande do Super em suas
chamadas "edições premium" e "platinum", formato inovador
no fim dos anos noventa e começo de 2000, parecendo as edições gringas, mas com
papel de luxo e 160 páginas. Nelas, Metrópolis foi dominada por uma tecnologia
inventada por Brainiac 13, a inteligência artificial alienígena que tem dado
dor de cabeça pro Super faz décadas. A tecnologia B13 evoluiu a cidade a um
nível futurista e causou grandes problemas, até tudo ser resolvido pelo
Superman. Como consequência, ele ficou perdido no tempo e acabou aportando
nesta HQ, a última antes do personagem ser assumido pela dupla Jim Lee e Brian
Azzarello. E esta é a sua importância: ser um ponto exato de transição de
fases. Aqui se encerra o Super que vinha sendo publicado pela Abril e agora já
estava com a Panini.
Godfall, chamada aqui de "O fim dos deuses", foi idealizada
por Michael Turner (um dos melhores
artistas a sair dos turbulentos nineties)
e pelo roteirista Joe Kelly. A HQ tem desenho de Talent Caldwell, que até
tenta, mas não consegue criar um traço bom como o de Turner, nem é lá nenhum
mestre da narrativa. Falando ainda da arte, o colorido é bastante bom. Sobre a
história, Kal-El é um funcionário do governo, com uma vida medíocre que tem
como ponto alto uma esposa gostosaça chamada Lyla. Ele se sente estranho e
desencaixado num lugar que ele chama de Krypton: uma sociedade quase ideal, mas
que tem problemas com racismo contra aliens
e uma espécie de fascismo por parte da
polícia local, bastante controladora. Sem poderes sob o sol vermelho de um
planeta que jamais explodiu, Kal-El tem súbitos acessos de poder quando é
atacado por uma gangue de motoqueiros que querem a igualdade entre as classes
kryptoniana e "não-K" (os
aliens). Durante um desses ataques, ele aparentemente mata uma família, o que
faz com que se esconda para não machucar mais ninguém. Encontrado por Lyla, ele
finalmente descobre que não está em Krypton e que Lyla não é o que aparenta.
A ideia geral da história é boa, mas admito que não gostei
muito de sua execução. Ficou muito longo, e em alguns momentos me sentia
ansioso por chegar ao fim. A luta das classes é interessante e até que foi
desenvolvida, mas os personagens são meio chatos, e tem uns que não passam de
bucha de canhão: não falam duas linhas e acabam morrendo. A vontade de poder
dos vilões da HQ também está bem colocada, dá para acreditar nela e nas
bobagens que faz alguém que se vê detentor de habilidades aparentemente
invencíveis. Mas também são previsíveis, e algumas soluções são típicas de
roteiro de supers, meio
"clicherosas". Mas não é ruim. Acredito que se fosse feita por um
roteirista mais sucinto e um desenhista mais experiente, seria sim um grande
marco. Enfim, vale a leitura, principalmente se você é muito fã do Super ou da
estética "noventista". Por hoje é só! Até a próxima!
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