Acabei
de assistir esses velhos especiais de Dragon Ball. É incrível como essas coisas
prendiam e prendem ainda a atenção da gente, seja por seus herois catárticos
que nos propiciam as vitórias que nos são tão negadas em vida, seja pelo fato
de que nunca deixamos de gostar de personagens fantásticos, ou simplesmente por
gostarmos de ver desenhos de luta. Na prática, o primeiro especial é um show de
irritante gritaria do tal de Broly. Sinceramente, tinha momentos que eu queria
parar de assistir... na trama, surgem na Terra uns Sayajins saídos sabe-se lá
de onde e vêm pedir ao "Príncipe Vegeta" que derrote o "Lendário Super Sayajin"
que destruiu a galáxia do sul. Ele e alguns da turma de DBZ vão a um suposto planeta
que esses sayajins estariam habitando. Enquanto isso, Goku é informado do
mesmo problema pelo Sr. Kaiou e acaba no mesmo lugar que o pessoal. Conhecemos
então Broly e seu pai, Paragas, que queriam na verdade se vingar de Vegeta por
seu pai tê-los condenado à morte há trinta anos, por causa do poder absurdo registrado
no bebê Broly, e o medo da lenda do Super Sayajin. Paragas tirou Vegeta da Terra
para que nosso planeta não sofresse na batalha e pudesse ser ocupado pelos Sayajins.
Até aí, beleza, roteirinho básico esperado. O que achei muito ruim, fora os
gritos incessantes do Broly, foi a razão para ele odiar o Goku e querer
destruir tudo: quando bebês, ele e "Kakaroto" estavam em berços vizinhos
e o choro de Goku irritou Broly. Já vi muito motivo imbecil pra um cara não
gostar de outro ou pra ser um psicopata galático, mas acho que este supera
todos! Pra que diabos serve destruir tudo e não aproveitar nada? Se MATA,
infeliz. O cara querer conquistar o universo eu entendo, mas destruí-lo... é
burrice ou revoltinha aborrecente. A outra parte irritante é velha conhecida de todos nós
que gostamos de herois japoneses, mas antigamente não percebíamos: o quanto eles
apanham o filme inteiro pra ganhar com um único golpe no fim. Não convence,
cara. Esquema "Rocky Balboa", de ficar se guardando pro final é uma
coisa, mas ganhar com um golpinho só, e ainda usando aquela apelaçãozinha mentirosa
de que o heroi principal recebe energia dos outros pra recarregar o tanque e
vencer... é algo batido demais.
O segundo
especial, estrelado por Broly, Goten e Trunks (crianças) consegue, óbvio, ser
ainda mais bocó (o pior dos três, apesar da luta de Gohan). De algum jeito,
Broly sobreviveu à batalha anterior e chegou à Terra, onde ficou
"hibernando". Sete anos depois, irritado com um choro fingido de
Goten, desperta com o mesmo objetivo ridículo de destruir tudo o que vê. Alguém
que tenha lido meu post sobre o Thanos pode se perguntar como eu "acho
legal" um cara que quer destruir o universo, e outro não. Primeiro, eu não
acho "legal" o fato de Thanos ser um assassino. Pra mim o que torna
Thanos interessante é que ele é uma metáfora para a ambição e busca desenfreada
por poder. Enquanto Broly é só um idiota que quer destruir tudo ao seu redor
por motivo nenhum além de ter ficado irritadinho com choro de bebê. E Thanos
evoluiu e mudou, enquanto o lendário sayajin no máximo ganha de uma ameba no
quesito inteligência. A única coisa que se salva no segundo especial é o momento
de mais rara inteligência já visto em Dragon Ball, quando Goten reúne as sete Esferas
do Dragão e pede a Shen-Long que derrote Broly (o que, claro, não acontece). Tá,
tem o momento emocionante, quando a família de Goku se une pra resolver a luta.
Ganhou mais um pontinho.
Há ainda um terceiro filme,"O
Combate Final - Bio Broly", e queira deus que seja mesmo o final. Desta
vez, um antigo rival quer se vingar do Mr. Satan, então este é desafiado a
lutar com os seus "bioguerreiros". Mais uma vez, Trunks e Goten estão
no centro da história, contando também com a Número 18. O Broly atual é um
clone monstruoso, feito com DNA do original recolhido da nave em que ele chegou
na Terra no especial anterior. Este é menos ruim, tentando ser uma "pseudo-ficção
científica" misturada com luta (tipo comics).
Apesar de no geral eu ter achado fraco o resultado da tal "Lenda do Super
Sayjin" que tanto metia medo em Freeza, valeu a pena ter assistido pra
matar a curiosidade. Mas não verei de novo, rs.
NOTA: 6,0
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