Sangue Maldito
CAPITULO I
A FILHA!

Santa Maria, 1975. Fazenda Estrela Amarela. Naquele momento, Miguel Castro, estava levando as vacas para o pasto, como sempre tem feito há muito tempo. Desde que veio viver com sua tia Joana, uma doméstica que trabalha na fazenda. Miguel é agora, um jovem rapaz de cara dura e olhar vazio. Na fazenda, Miguel cuida do gado e afazeres diários como tirar leite das vacas, cuidar dos outros animais e também consertar pequenas coisas. Se perguntar a Miguel se ele está bem, acredite que dirá que si. Ainda que Miguel apenas trabalhe e trabalhe. É isso que basta para ele. Senhor Alberto, dono da fazendo, gosta muito de Miguel. Tem bons olhos para com o jovem. Porque Miguel é muito trabalhador e o senhor Alberto admira isso. Todos que trabalham na fazenda têm um apreço por este rapaz. Todos sabem que se passou em sua vida. Mas Miguel não se importa. Hoje no entanto, ele ver algo que no ver todos os dias. Carmen, filha do Senhor Alberto, estava correndo para o rio. Esse rio ficava por detrás de um cume, que se transformava em uma ribanceira. Miguel olhou bem... e em momento algum, desejou ver do que se tratava. Mas, um baixo grito fez com que Miguel fora até o outro lado com certa cautela.
De cara para a ribanceira, Miguel pôde olhar a moça com um rapaz. Miguel reconheceu o jovem: Adriano Ventura. Filho do Senhor Diego Ventura, um homem muito bem visto por seus pares. Miguel apenas olhou meio desinteressado. Carmen e Adriano estavam em beijos e abraço. Mas não era da conta de Miguel. Ele se foi, mas por um acaso do destino, Carmen percebeu Miguel que por sua vez, saiu da localidade. Miguel voltou para as suas vacas e atentou pera esquecer-se do que havia visto. Ele sabia que o Senhor Alberto e Senhor Diego não eram muito amigos. Saberia que se contasse o ocorrido, haveria brigas. Então, Miguel se deitou de baixo de uma árvore e somente ficou a olhar as vacas com seu olhar distante. Ficou ali por um bom tempo. Já até esquera o que havia visto. Até que de repente, Carmen chega:
- Se tu contas ao meu pai, ele me mata, Miguel.
Miguel apenas encostou na árvore, passou a mão em seu rosto e foi bem simples e direto:
- Não te preocupes, Senhorita Carmen. Não vou dizer nada a teu pai. Não tenho nada a ver com isso. Fica tranqüila, guria.
- Bem, se tu estás dizendo...!
Carmen já estava indo quando rodou em seus calcanhares e fitou Miguel em seus olhos verde- claros. Caminhou lentamente quase bailando. Deu dos saltinhos e se agachou perto de Miguel que se espantou, mas, não se mostrou assim. Sorrindo, Carmen quase sussurrando, lhe diz:
- Sabes, Miguel... te tu não me delatas, eu posso até sair com tu para uma caminhada! Somente nós dois. Podemos beber e fumar também. Quem vai nos entregar? Hmm... seria estupendo! O quê que tu achas? Bem... não respondes agora- Carmen caminha com os dedos pelo peito de Miguel e solta um sorriso enigmático enquanto está a se afastar em seguida. Sempre fitando os olhos e com aquele sorriso de derreter qualquer coração.
Então, bailando... se vai. Miguel coça a cabeça, levanta-se e observa o campo. Olha as nuvens e o gado. Sai caminhando em direção a fazenda. Pediu que um de seus companheiros ficassem de olho no rebanho. Voltou à ribanceira e desceu até o local onde estava o casal. Olhou em sua volta e cerrou os olhos negros para o horizonte. Via nuvens pesadas por lá. Um calafrio lhe percorreu o corpo e eriçou os pêlos de seus braços. O vento uivou em seus ouvidos e ele quase pôde escutar uma voz gutural, mas distante, o chamando.
***
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