
Em épocas de menos “inclusão digital” para todos, muitos dos meus contatos pelo Brasil afora se dava por cartas. Eu tenho muito amigos que assim como eu, produzem quadrinhos independentes e o correio facilitava nossa comunicação. Claro que dependendo do lugar a carta demora até uma semana e meia para chegar às mãos de alguém, mas era legal poder olhar pro envelope, sentir o peso, tentar adivinhar o que tem dentro. O mais legal mesmo é a forma muito mais pessoal com que isso é feito. Quando há uma carta (a propriamente dita, escrita) dentro do envelope e você a lê com a letra da pessoa, isso torna ainda mais próximo o contato. Aquela pessoa tirou um pouco do seu tempo pra te escrever algo manualmente. Ganha sem dúvidas outro significado do que as simples e frias palavras digitadas no teclado.
Claro que há alguns infortúnios. O Correio está ligado à precisão e caráter humano. E o ser humano é falível em várias camadas. Pode haver o extravio da correspondência, já soube de casos que simplesmente alguém dentro da empresa ficou com a encomenda de alguém e por aí vai. Mas são casos pequenos, acredito. Não é sempre que isso ocorre (mas pode acontecer). Comigo já aconteceu algumas vezes. Ainda assim, eu prefiro mil vezes uma carta a um e-mail. Claro que o correio digital tem suas vantagens e são muitas. Primeiro que é imediato, instantâneo. Dificilmente há algum tipo de complicação. Mas o “calor humano” numa carta é simplesmente imbatível. O que me deixa feliz é saber que mesmo hoje, as pessoas ainda se utilizam da carta comum. E espero que demore bastante para que essa prática seja extinta em sua raiz. Ah, e colecionar selos é divertido pra porra. Mande uma carta pra uma pessoa que você gosta. Vai ver como a reação dessa pessoa será diferente da reação de um recebimento de e-mail.
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