De vez enquanto eu tento fugir completamente de coisas muito visuais, tipo, filmes, seriados e animações do grande circuito com sua pirotecnia e efeitos diversos. Isso faz um bem danado a mente! Procurando alguma coisa diferente para assistir, me deparei com uma animação singela do estúdio Bones (o mesmo do ótimo FullMetal Alchemist e Sword of the Stranger). Trata-se de Tokyo Magnitude 8.0, uma série curta de apenas 11 episódios que mostra como seria hipoteticamente um terremoto em escala de 8.0 numa região mais propicia do Japão. Pode parecer algo muito simples, e até abordado a exaustão pelos estúdios estadunidenses, mas nessa série animada temos um diferencial muito forte: a boa história. O estúdio Bones geralmente é conhecido pelo seu ótimo grau de animações com coisas como Soul Eater e Heroman, mas é fato que nessa curta série o estúdio deu uma maneirada. A animação está um pouco abaixo do esperado para o estúdio.No entanto, não está nada ruim. Longe disso! E dá pra entender porque os caras não alopraram aqui em detrimento da boa história. É o mesmo que acontece com quadrinhos; se você tem uma arte muito foda nas páginas, o texto acaba ficando lento por conta da falta de atenção. O pessoal do estúdio sabe disso e optaram por um traço simples, econômico, mas com cenários bem produzidos e uma movimentação muito boa. Quanto a história em si, ela começa de forma lenta, apresentando os personagens e suas motivações. Aqui temos então a mal-humorada Mirai Onozawa e o seu sempre alegre irmão mais novo Yuuki. A garota é uma típica “perdedora”, pessimista que não consegue enxergar o mundo com bons olhos. Em parte a família Onozawa tem alguma boa parcela de culpa, pois não dão muita atenção aos filhos, mesmo que não haja conflitos gritantes. O primeiro episódio não mostra muita coisa, mas os detalhes ligados para que possamos entender os personagens são todos fundamentados aqui. Quanto o terremoto finalmente vem no final do primeiro episódio e continua no segundo a coisa engrena, mesmo que de uma maneira ainda lenta. A animação mostra bem o drama das pessoas durante os tremores e depois, com boa parte das regiões destruídas ou em chamas. Mirai e Yuuki haviam ido sozinhos a uma feira de robôs, pois seus pais estavam muito ocupados, quando o terremoto aconteceu. Longe de casa e sem ter como voltar de transporte, os dois acabam sendo ajudados por Mari, uma “motogirl” que está indo na mesma direção que eles em busca da mãe e da filhinha. Começa então a epopéia dos três no meio de bairros destruídos. Os empecilhos encontrados pelo trio são diversos, que vai desde vários tremores menores até explosões, queda de edificações, doença, perdas e coisas do tipo. A série segue esse ritmo por um bom tempo, até que perto do final ele dá uma guinada forte. Avisando aos que se interessarem por essa animação: seja macho e tente não chorar nos últimos três episódios, pois eles são os mais fortes e o que mais vale na série toda. Me surpreendi bastante, ainda que o enredo caminhasse mesmo para aquele final, achei que acabou me surpreendendo mais do que eu esperava. Tokyo Magnitude 8.0 ficou entre os 20 animes mais assistidos e apreciados pelos japoneses no ano de 2009. É uma série cheio de altos e baixos, mas que te entrega exatamente aquilo que você procura nesse tipo de enredo: uma boa e emocionante história. Vale a conferida.
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