Clerks (1994)Direção: Kevin Smith
Roteiro: Kevin Smith
Elenco: Brian O’Halloran, Jeff Anderson, Marilyn Guigliotti, Lisa Spoonhauer, Jason Mewes e Kevin Smith.
Estúdio: View Askew Productions, Miramax Films
Distribuição: Miramax Films
Duração: 92 minutos
Quando peguei O Balconista para assistir pela primeira vez a minha ansiedade me atrapalhou. Ora, era o raríssimo (no Brasil) primeiro filme do cineasta nerd Kevin Smith. Eu esperava uma coisa além de qualquer comédia nerd já feita. Mas isso foi inocência minha. A esta altura eu já tinha assistido Procura-Se Amy, Dogma e Jay e Silent Bob Contra-Atacam, filme do gordinho já com mais experiência. Eu achava que O Balconista seria algo do tipo... mas não é. Recentemente parei para assistir novamente todos os filmes do Kevin Smith que tenho... que são todos que ele fez, incluindo aí o Dois Tiras em Apuros (apenas como diretor) e Menina dos Olhos (diferente sobre seus contos de humor sobre New Jersey). Dessa segunda vez que assisti O Balconista eu já consegui enxergar tudo de uma forma diferente. Mais criativa e inovadora, coisa que não consegui ver há uns três ou quatro anos atrás quando o vi pela primeira vez. Kevin Smith foi genial... na medida do possível.
O filme é todo rodado dentro de uma loja de conveniência anexa a uma locadora de VHS. Os dois amigos Dante Hicks (Brian O’Halloran) e Dante Hicks (Jeff Anderson) têm uma vida regada a conversas filosóficas (mas não com palavras bonitas) sobre a vida de seus clientes. Eles automaticamente de detrás de seus balcões conseguem analisar cada ação ou gesto dentro de suas óticas limitadas por um dia de trabalho em ambiente fechado. Essa é a força por detrás das tiradas engraçadas que se seguem no decorrer do longa. Dante na verdade teria um dia de folga para o hockey, mas foi convencido por seu chefe a trabalhar até o meio-dia. Para infelicidade do balconista ao chegar na loja as portas não abrem direito por conta de um chiclete em uma das fechaduras. Com apenas uma das portas levantadas, Dante resolve colocar uma placa improvisada afirmando que estão sim abertos. Uma situação que leva a outra ainda mais divertida com a discusão sobre cigarros.
Isso é apenas o começo de um dia de trabalho penoso para os dois balconistas. Randal por sua vez está sempre disposto a ir além em suas frases recheadas de palavrões. Praticamente todo o texto de Randal é divertido (mas ofensivo). Claro que o destaque do primeiro longa de Kevin Smith acaba sendo Jay (Jason Mewes) e Bob Calado (ou Silent Bob), sendo que o último é interpretado pelo próprio Smith. Eles são os mais engraçados de todos os filmes do Kevin Smith com tiradas imorais, burras, preconceituosas e sacanas. Aqui os dois aparecem vendendo seu produto ilícito em frente à loja de conveniência. Eles usam o lugar como seu ponto de drogas, o que causa raiva em Dante e Randal por muitas vezes. No primeiro filme Smith ainda não dá a devida proporção à dupla de patetas, mas em seus filmes seguintes isso estará mais evidenciado. Bem, o Balconista serve mesmo é como introdução aos filmes de humor nerd do cineasta e diverte bastante, mesmo com apenas um cenário fixo. Coisa de gênio conseguir extrair tamanha diversão de um local tão limitado. O filme é todo em preto e branco, o que dá mais ainda a sensação de filme alternativo. Recomendado. Mas lembrem-se: não é um filme de humor visual. O humor está no texto e nas situações. Se você está acostumado a coisas do tipo Todo Mundo em Pânico passe longe desse filme.
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Hehehe