Virou um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Ela (Her/2013) é um filme de romance típico e ao mesmo tempo não. É um filme de ficção onde a ficção não é nem notada. Pelo menos pra mim ficou em segundo plano. Spike Jonze é um daqueles diretores esquisitões que gostam de contar história sob lentes intimistas, o que o coloca dentro de um patamar seleto. Filmes como Adaptação (2002) e Quero ser John Malkovich (1999) mostram bem a linha de ação que o diretor, ator, produtor e roteirista gosta de seguir. Em Ela, filme estrelado por Joaquim Phoenix, Amy Adams e Scarlett Johansson é um amontoado de ideias fantásticas entaladas sensivelmente dentro de um "microverso" particular. Poderia ser um filme pé no saco, cheio de cenas para te fazer chorar ou suspirar, mas é muito mais do que isso. Todo mundo busca o grande amor e quando o encontra e depois o perde, essa busca se torna frustrante. Para Theodore, um escritor de cartas para terceiros numa empresa que presta esse tipo de serviço, o amor acabara quando sua esposa (Rooney Mara) resolveu se separar dele, o que o deixou em um estado congelado para qualquer outra coisa.
Tudo muda quando o escritor comprar um novo Sistema Operacional que vem equipado com uma Inteligência Artificial que evolui com a convivência humana. O tal OS tem a voz de Scarlett Johansson e mesmo que seja apenas um "sistema", começa a aprender e até sentir. A ligação entre os dois acaba ficando cada vez mais íntima a ponto de ambos namorarem (!) e o mais impressionante é que apesar de causar a princípio alguma estranheza entre amigos, a situação passa por aceitável pouco tempo depois. Sendo assim, Theodore através de um fone de ouvido e um "mini-tablet" que mais parece uma agenda telefônica de bolso saem para viajar, ir a praia e até encontros de casais. Pode parecer meio bizarro ou até uma piada, mas a forma como Jonze filme seu longa é de uma sensibilidade profunda, com ótimas tomas e fotografia competente. Um filme bonito e bem arquitetado pode te fazer pensar.
Nota: 9,0
Nota: 9,0
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