Dead Rising: Watchtower (idem, 2015) tenta realmente se levar a sério. O filme "baseado" no jogo da Capcom de mesmo nome tem arroubos interessantes, mas ainda assim, fica na cara do "filme tosco da vez". Na trama dois jornalistas independentes, Chase Carter (Jesse Metcalfe) e Jordan (Keegan Connor Tracy) estão em um centro de controle zumbi onde os pacientes precisam tomar uma aplicação uma vez por dia, mas de repente descobre-se que a vacina não funciona mais. No meio do pânico eles se separam e Jordan consegue escapar da cidadela imposta no local, mas Carter fica para trás e cobre a situação com seu celular. A ação se passa dentro dos limites impostos pelos militares e coloca Carter e mais duas mulheres dentro do raio de ação tanto dos mortos-vivos quanto de gangues que se aproveitam da situação. Logo fica a dúvida sobre a eficacia da vacina e tudo aponta para uma conspiração governamental. Parece interessante e quase é, mas a execução do filme dirigido por Zach Lipovsky quase cai na fanfarrice. Com situações cômicas propositalmente e outras sem proposito algum, o filme patina entre o trash e o tosco. Não sei dizer qual o propósito de se gastar dinheiro numa produção dessas, mas se era fazer algum sucesso, infelizmente os produtores não sabiam que tipo de produto queriam entregar. O filme tem um pouco de drama e quase funciona como terror, mas as cenas (e passagens) galhofas estragam a intenção final. Nem é um filme de terror e nem é um filme de comédia. No Brasil direto no home-vídeo.
NOTA: 4,5
Corrente do Mal ( It Follows, 2014) me foi indicado por um colega do blog JumperCast e foi uma grata surpresa. O longa com aspirações a filmes dos anos de 1980, com uma pegada bem mais intimista, mostra uma estranha e bizarra"maldição". Jay (Maika Monroe) conhece um cara chamado Hugh (Jake Weary) com quem acaba transando e... contraindo um mal para si. Pode parecer tosco, mas para se livrar de uma força maligna o portador da maldição precisa passar adiante através do sexo. Antes de partir, Hugh explica as regras a Jay (amarrada a uma cadeira de rodas para não fugir enquanto Hugh explica e mostra o que acontece) e fala a ela que a criatura do mal perseguirá ela aonde ela estiver e sempre com uma face diferente que só será reconhecida pela forma que ela surge, sempre do nada e caminhando- nunca correndo- em sua direção. Com uma pegada de filmes cultuados, o diretor David Robert Mitchell constrói um filme sóbrio, que não se prende a sustos fáceis ou armadilhas da cartilha. Nada de sombras, barulhos estranhos ou sustos prováveis. A coisa aqui é mostrar logo, sem frescuras. Jay que mora com a irmã e a mãe no começo não consegue entender o que está acontecendo, mas logo fica claro que Hugh fala realmente muito sério. Com surtos de paranoia, tensão e suspense, o filme não se perde, mas tem alguns vacilos de edição e ao tentar emular um clima "indie" acaba se deixando sair da trama principal. Destaque para a trilha sonora na base dos sintetizadores que dá um ar oitentista a mais. Bom filme, boa pedida para um cinema.
NOTA: 8,0
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