Os Suspeitos (Prisoners, 2013) me surpreendeu. Baita filme de suspense e crime como há muito tempo eu não via. Com direção de Denis Villeneuve e roteiro de Aaron Guzikowski, Os Suspeitos trás um daqueles filmes que só se via em produção de cinema vanguardista onde contar uma boa história é um conjunto de boa direção, roteiro afiado e elenco de primeira. E você encontra tudo isso aqui. Eu admito que fiquei meio "preguiçoso" ao ver a duração do filme 153 minutos, mas acredite, são mais de duas horas e meia que passam bem rápido dado a maestria com esse longa é feito. Na trama Keller Dover (Hugh Jackman) é um carpinteiro que ao ter sua filha caçula sequestrada junto com a filha de um amigo, resolve caçar o sequestrador por conta própria e deixa o detetive Loki (Jake Gyllenhaal) em uma caçada ainda mais minuciosa vide a impaciência do pai. O thriller tem uma atmosfera forte, adulta, madura mesmo. Nas mãos de um diretor mais afobado, talvez tivéssemos tido apenas mais um filme de "mocinhos" e "bandidos". Me impressionou desde o primeiro momento e continuou forte até o final num show de equilíbrio. Sem dúvidas um grande filme e um dos melhores que assisti nos últimos anos.
NOTA: 10,0
Um dos filmes que sempre via falar, mas nunca havia assistido, é Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, 1989). Longa dirigido sensivelmente por Bruce Beresford, Miss Daisy e vencedor de quatro Oscar (Melhor Filme, Melhor Maquiagem, Melhor Roteiro Adaptado e melhor atriz para Jessica Tandy), trás a história de um motorista negro (Morgan Freeman) num período dos Estados Unidos de intolerância racial. Quando a ex-professora Daisy Werthan comete um deslize ao dirigir seu carro, seu filho Boolie Werthan (Dan Aykroyd) resolve contratar Patti LuPone (Freeman) para ser o motorista particular de "Miss" Daisy, mas a mesma não recebe com bons olhos esse "mimo" do filho. A trama é construída de forma simples, onde a antipática Daisy Werthan vai criando um laço de amizade com seu motorista onde o mesmo torna-se seu melhor amigo. Lembro que nas chamadas da TV aberta na época o filme nunca me chamou a atenção (eu curtia filmes de ficção e aventura- e ainda curto) e longa dessa natureza dificilmente me interessavam. Ainda bem que fiquei mais velho e pude ver (e corrigir) o que eu estava perdendo. Com belíssimas interpretações, Conduzindo Miss Dayse é um filme que deve entrar para a lista de todo cinéfilo.
NOTA: 8,5
Nunca levei a sério Chucky- O Brinquedo Assassino (Child's Play, 1988) por não achar que um filme com esse título tão "genérico" fosse um filme para eu perder meu tempo. E acreditem que até este momento eu nunca o havia assistido por completo (apenas trechos). Pois bem, resolvi parar esses dias para assistir e agora vejo a importância desse longa para os filmes de terror. Com uma direção precisa de Tom Holland, o terror ganha ares de perigo real e imediato e ter um brinquedo que mata pessoas a primeira vista pode parecer ridículo, mas se colocando naquela situação, me parece ser aterrador. Andy Barclay (Alex Vincent, em ótimo interpretação) queria muito um dos bonecos sensações daquele natal, os "Good Guys", mas sua mãe não podia compra-lo pois o mesmo era bem caro para suas posses. Então ele encontra num camelô o tal boneco por um preço muito abaixo de mercado e compra para seu filho. O que ela não sabe é que um assassino ao ser encurralado e morto pelo detetive detetive Mike Norris (Chris Sarandon), recita um ritual de magia negra baseado no Vudu e consegue colocar sua alma num dos "Caras Legais". E foi esse boneco que foi parar nas mãos do pequeno Andy. O filme alterna o terror com pegadas psicológicas (nada muito profundo) e com efeitos visuais (práticos) de ótima qualidade. Um genuíno filme de terror que pouco se ver nos dias de hoje.
NOTA: 8,0
Eu comecei a assistir mais por curiosidade, mas Hush- A Morte Ouve (Hush, 2016) dirigido por Mike Flanagan chama a atenção por conduzir seu filme de terror (ou suspense, ou crime) de forma quase inversa dos filmes do mesmo gênero que são produzidos hoje em dia onde o som (aquele barulho que chega junto com a trilha sonora estridente) faz parte do susto, sendo que aqui, é o silencio que assusta ainda mais. Na trama uma escritora surda e muda desde a adolescência por conta de uma meningite vive sozinha numa área onde as casas são longes uma das outras. Quando do nada, enquanto Maddie (Kate Kiegel- muito bem por sinal) cozinha, à sua porta de vidro sua vizinha bate desesperada, mas um homem misterioso aparece por trás a assassina. Com isso, o cara percebe que a Maddie é surda e pretende fazer um jogo doentio com ela, só que ele não contava que a moça fosse mais esperta e conseguisse além de perceber o bandido, como se desvencilhar dele. A trama entra naquela de "caça e caçador", e apesar de alguns clichês, é na forma de sua execução que se faz a diferença. O diretor poderia ter ido por um caminho mais simples, mas soube colocar o expectador dentro da mesma angustia da protagonista e nada é fácil como parece. Com uma trama carregada de situações tensas, Hush- A Morte Ouve é um filme que me surpreendeu positivamente, até porque eu não esperava grande coisa, mas ainda sim, fez bonito.
NOTA: 8,0
Comentários