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Rocky, Rocky II e Rocky III (Resenha Filmes)

Rocky é um filme vencedor por si só. Filmado em 1976 com um até então um desconhecido Sylvester Stallone, o longa de drama sobre um pugilista "qualquer" rendeu algumas indicações os Oscar importantes e ganhou nas categorias principais como Filme e Direção para John G. Avildsen e consagrou Stallone, pois também foi indicado como ator. Rocky é um drama bem escrito pelo próprio ator que tem uma história interessante sobre como esse filme saiu do papel. Depois de algumas recusas do estúdio (MGM) que queria o roteiro, mas não Stallone para viver o protagonista- ele também queria dirigir- o ator conseguiu vender o scrip e atuar nele, mas a direção ficou com Avilden (que mais tarde dirigiria Karete Kid). De qualquer forma, Rocky foi um sucesso e dá pra ver porquê. E um filme com ótima conduta de direção, atuação e trilha sonora do ótimo Bill Conti- e que baita trilha, senhores. O longa mostra um pugilista amador, que  luta em clubes para tirar um trocado ao mesmo tempo que faz serviço de cobrador para agiotas locais na Filadélfia. Então surge uma oportunidade única na vida quando Apollo Creed (Carl Weathers) chama um "lutador do povo" após seu desafiante se machucar. A principio Rocky não quer, pois sabe que estaria lutando para um campeão de pesos pesados e que ele serviria de saco de pancadas. No entanto, acaba aceitando. O romance sutil com a tímida Adrian (Talia Shire) é outro ponto forte do filme, pois a história é muito mais que de um lutador e sua profissão esportista, mas que há espaço para preencher a alma e o coração. O destaque vai para Paulie (Burt Young), o rabugento irmão de Adrian que a xinga o tempo todo deixando o drama mais pé no chão. O clima "pobre" do filme dá um peso real e faz com que a superação de Balboa seja ainda mais emocionante. As ruas da Filadélfia, as docas, o apartamento simples de Rocky... tudo corrobora para um drama coeso e merecedor do Oscar de melhor filme daquele ano.

NOTA: 10,0

Rocky II finalmente coloca Stallone como roteirista, diretor e ator de sua criação. Stallone mostra muito habilidade com o roteiro e se mostra um diretor afinado com o que quer. O drama de Rocky continua e apesar de ter perdido a luta com Creed depois de vários assaltos emocionantes (regados a uma trilha sonora espetacular), o lutador acaba num hospital e os médicos dizem que sua carreira como pugilista pode estar já no fim por conta de uma lesão no olho. Mas Rocky não se preocupa muito e vê na oportunidade de fazer comerciais sua saída de grana. Com o dinheiro que ganhou lutando com Creed resolve pedir Adrian em casamento, comprar uma casa e um carro. Mas sua vida como "ator de comerciais" não vai muito longe, pois ele se mostra um péssimo interprete e ele acaba indo trabalhar num frigorifico com seu cunhado Paulie- mas não dura muito e por fim, fica na rua. Agora com a esposa grávida e tendo de voltar a trabalhar, Rocky se vê numa rua sem saída fácil. Mas sua estrela brilha mais alto quando Apollo Creed marca uma revanche, pois apesar de ter ganho, a crítica esportiva viu tudo como um golpe de marketing. Bem, então Balboa volta a treinar com o impaciente Mickey (Burgess Meredith) e aí vem a trilha sonora, o treinamento, crianças correndo com o lutador (essa parte achei coisa de amador, masss...) e por fim a luta com o campeão de pesos pesados. De certa forma, Rocky II é um repeteco do primeiro filme. Não concorreu ao Oscar, mas ganhou prêmios menores.

NOTA: 8,5

Rocky III é o filme mais "afetado" da franquia (o único ruim é Rocky V, que falarei mais pra frente). Aqui com Stallone já firmado como ator de filmes de ação, ele ousa um pouco e sai do drama do lutador pobre e vencedor, até porque não dá pra ficar usando isso o tempo todo, e parte para o lutador famoso e rico, que vem ganhando lutas e se firmando de vez como o maior lutador de boxe pesos pesados da atualidade. E isso o cegou, o fazendo esquecer um pouco da sua profissão e o deixando mais a mercê de marketing e coisas mais simples que cuidar de sua carreira como pugilista, o que deixa Mickey fulo da vida. Enquanto isso, Clubber Lang (Mr. T de Esquadrão Classe A) vem levando sua carreira de lutador a sério e sonha com uma luta real com o Rocky. Depois de uma investida divertida com o lutador de luta-livre Thunderlips (Hulk Hogan) durante uma exibição de caridade, Mr. T consegue sua luta e durante o evento Mickey tem um infarto e morre abalando as estruturas emocionais de Rocky. Assim o campeão perde e entra em depressão, mas Apollo Creed aparece e ajuda Balboa a treinar para retomar o título. O treinamento regado a Eye of the tiger do Survivor (e que concorreu ao Oscar de melhor canção) tem cara de videoclipe, mas não quebrar o ritmo proposto pelo ator/diretor. No fim das contas, é mais um ótima passagem na vida do lutador e monta mais um belo mosaico na construção desse personagem ícone do cinema.

NOTA: 8,0

Comentários

Little Ton disse…
Quando criança, lá nos 80, assistindo esses filmes, era só empolgação que me movia. Nem sei bem se chegava a assistir um filme inteiro, mas me divertia com Rocky. Vendo esses trailers hoje, o drama do cara chama atenção. Acho que justamente porque mostra aquele cidadão comum que pode e acaba ascendendo na vida, algo que creio que quase todos nós almejamos. Vale rever. E fiquei impressionado ao ouvir as vozes originais do Rocky e do Mickey. Os dubladores originais foram extremamente bem escolhidos! Herbert Richers era a maior. Vou aproveitar que tá cheio de anos 80 no Netflix e procurar, rs!