O aquecimento global é um problema real que está sendo discutido há muito tempo, mas parece que só agora tem ganhado alguma notoriedade. Um dos resultados desse aquecimento, são as rachaduras nas plataformas de gelo na Antártida e o aumento do número de icebergs surgidos desse processo altera os sistemas ecológicos no entorno, revelando um estudo publicado na revista "Science" dessa semana (umas das mais renomadas do mundo nesse campo). A pesquisa foi realizada por cientistas da Instituição Scripps de Oceanografia e do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (Mbari). 
O estudo que detectou, por meio de imagens de satélites, pelo menos mil icebergs, alguns deles de dezenas de quilômetros de diâmetro, em uma superfície de aproximadamente 12.500 quilômetros quadrados. Existem sobre esses icebergs, criados principalmente a partir da plataforma contígua com o Mar de Weddell, em um raio de mais de quatro quilômetros, grandes comunidades de aves marinhas que os sobrevoam, e um mundo de criaturas contendo clorofila, fitoplâncton, peixes e krill (espécie de pequeno camarão), aponta o estudo.
Os icebergs abrigam material "terrestre" que vai se soltando no mar à medida que se derretem, como resultado do aumento da temperatura marítima ao se aproximarem de regiões mais quentes. Um resultado do processo é um aumento de quase 40% no que os cientistas classificam como "produtividade biológica" na região do Mar de Weddell, um braço do oceano Atlântico que entra no continente antártico ao sudeste do Cabo Horn. Segundo alguns estudos, um resultado dessa maior "produtividade" biológica é que os icebergs podem absorver uma grande quantidade de dióxido de carbono (C02), principal gás causador do aquecimento global. Claro que estudos mais precisos têm de ser realizados. Afinal, os icebergs podem (em tese) eliminar o C02 de nossa atmosfera, mas ao custo de um avanço marítimo considerável às costas dos continentes.
Para compreender o impacto ambiental dos icebergs, os cientistas realizaram um estudo das massas de gelo utilizando aferições físicas, biológicas e químicas, além de dados e imagens fornecidos pelos satélites da Nasa. O que me deixa cabreiro, é saber que tudo isso está acontecendo, há pessoas se mexendo... e ainda assim estamos presos por condição egoísta ao fim. O meio ambiente pede socorro, sabemos disso, mas é melhor deixar “alguém que não eu” tomar alguma providência. Lastimante.
Comentários