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Crise Infinita- Em crise?


As grandes editoras (lê-se DC e Marvel Comics) têm por "natureza" desenvolverem uma ultra-mega-hiper-saga destrói tudo todos os anos. Entra ano e sai ano e uma coisa acontece. Terminou a pouco a aqui no Brasil a saga em sete parte Crise Infinita. Uma dessas grandes sagas anuais que juntam todos os heróis e vilões da editora e botam eles pra se quebrarem. Bem... pra mim, quem quebrou a cara foi a DC! E olha que sou fã da DC de carteirinha. Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Fã é uma coisa e leitor é outra. Bem... terminado toda a saga e seus encontros em todos os títulos de linha publicados no país, o saldo é amargo. Tudo começou com Crise de Identidade, escrita pelo novelista Brad Melzier e ilustrado por Rags Morales em 2004 e lançado aqui em 2005 mostrando uma DC mais realista e dura, coisa até então, registrada pela concorrente Marvel. Alçada em sete edições, a saga colheu boa crítica e aceitação pública. Aí foi plantada o alicerce para toda a empreitada seguinte. Aos poucos durante as publicações de linha, os criadores foram soltando dicas do que estava por vir de forma até, digamos, exacerbada. Logo veio as mini-séries Contagem Regressiva para a Crise. Todo mundo logo voltou os olhos pra editora casa do Superman, Mulher-Maravilha e Barman pro que estava acontecendo, afinal, tudo indicava que a nova saga seria uma continuação direta da outra crise escrita por Marv Wolfman e ilustrada por Gorge Pérez, Crise nas Infinitas Terras de 1986. O que aconteceu foi, que sim... se tratava de uma continuação direta de Crise nas Infinitas Terras. Sabe... há coisas que não devem ser mexidas. Cavaleiros das Trevas era umas delas. Guerra Infinita (esta Marvel, também) e a Crise de Marv e Pérez é mais uma.

A DC preparou o terreno por vários anos. Na verdade, por quase dois anos. A coisa parecia que ia muito bem. Uma nova Crise nos mesmo moldes da ótima maxi-série de 89? Era a primeira vez que a DC via isso de forma contundente e de maneira séria a levar a idéia adiante. Várias reuniões e uma equipe de "cabeças" foi montada. Geoff Jonhs, o escritor astro da casa conduziria a saga e os seus companheiros como Grant Morrison (este como consultor até aqui), Judd Winick, Marc Waid e Gail Simone seriam os seus capitães. Houve então o estopim com a morte do Besouro Azul pelo ex- líder da Liga da Justiça Internacional, Max Lord e a coisa "bum", pegou fogo. De repente, os heróis se viram em várias frente enfrentando várias ameaças ao mesmo tempo. De um lado, o Xeque-Mate, organização governamental a esta altura liderada pelo Max Lord agora atendendo sobre a alcunha de Rei Negro e seus OMACs, seres nanorganicos que residem em humanos sem o conhecimento dos mesmo, e transformações em armas de batalha. Do outro, A Sociedade dos Vilões com Lex Luthor como líder e ainda há a verdadeira força por trás de todos os eventos catastróficos, Superboy da Terra Primordial, a Terra anterior à Crise nas Infinitas Terras de 86.

A história por trás de todos os eventos é algo que apenas os mais velhos, na casa dos 30 e que tenham acompanhado a primeira Crise, vão pode usufruir melhor. É algo cheio de ramificações no meio de toda a cronologia DC. O que me leva a perguntar porque catzo alguém quis desenterrar tudo isso! Senão vejamos: a primeira Crise teve um propósito muito; organizar a cronologia da editora até ali, que estava uma bagunça muito grande com heróis vivendo várias Terras paralelas. Tínhamos 2 Supermans, Batmans e outros personagens de editoras adquiridas pela DC, a exemplo do Besouro Azul e Capitão Marvel (SHAZAM!) que foram adquiridos da Cartton Comics e Fawcet Comics respectivamente que precisavam coexistir em único paralelo. Então, foi aí que entrou o Marv Wolfman e George Pérez que o fizeram em 12 partes e foi, pra mim, o melhor evento deste tipo até hoje. Concertaram de maneira genial e arrumaram tudo de uma forma que deixou toda a casa partindo praticamente do zero e agora com todo um novo mundo a ser explorado. Em 1995 a DC tentou outro evento desses chamado Zero Hora, conduzido por Dan Jurgens, o escritor/ desenhista que matou o Superman em 1992 com A Morte do Superman. Foi uma giro no próprio pé e não serviu pra nada. E agora, a DC reinventa de novo e tenta atrair o público para seus gibis, o que é normal e saudável, mas a forma como foi feira é que não colou bem.

Tudo novamente, pra mim, foi em vão, por nada mudou de uma maneira drástica. Teoricamente, os sobrevivente da Crise original, Superman e Lois Lane da Terra 2, Lex Luthor da Terra Quântica e Superboy da Terra Primordial resolveram intervir nos rumos que os heróis atuais estavam tomando, mas claro que havia algo por trás. Lhutor e Superboy queriam mais que isso, enquanto Supeman só queria salvar a sua Lois que estava morrendo. O Universo DC se tornou um campo de batalha sangrento de uma maneira jamais vista na editora. Assassinatos e violência extrema. Muitos heróis mortos e a promessa de um futuro sombrio. Infelizmente, a qualidade da série principal, que começou muito bem e foi elogiada pela crítica chegando a alcançar o topo das vendas, terminou de forma rápida e sem muito fôlego, com o ponto alto sendo a morte do Superboy da Terra principal, que também era o clone do Superman surgido durante o "estado de morte" do Superman em 93. Em seguida, todos os títulos DC saltaram um ano em sua cronologia contando a história desses de todos os personagens 1 Anos Depois da Crise. O que se passou nesse ano perdido será contado foi contado na série semana chamada 52, justamente o tanto de semanas perdidas no ano conduzida por Geoff, Morrison, Giffen, Waid e Winick. Aqui no Brasil ela começa esse mês de forma mensal com cada edição contendo 4 parte (o que eqüivale as 4 semanais lá fora). Agora é esperar o que o futuro aguarda para cada personagem afetado durante tantos eventos engatilhados. Apesar de ser fã da DC e especialmente de Jonhs, pra mim hoje o melhor escritor de gibis de linha ao lado de Brian Bendis (Marvel), ele não segurou a peteca! Só posso desejar que a coisa melhore.



Crise Infinita foi lançado aqui pela editora italiana Panini em 7 partes.


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