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Hunter Killer

Rapaz... eu sou meio chato. É. Isso é fato. Lembro que quando eu ouvi falar de The Darkness e que Garth Ennis escreveria, eu pensei: “Porra... Garth Ennis... o criador de Preacher. Vai ser do cacete”. Bem... foi uma merda. Só acabou valendo a pena pela arte do Marc Silvestri, quer tentou de todas as formas vender a idéia de um mafioso e sua herança sombria. Até hoje acho a idéia fraca. Tanto que Darkness pra mim só tem algum “nome” por causa dos criadores, mas já foi cancelada umas três vezes. Mas o visual do personagem é legal. E só. Beleza. Aí um bom tempo depois, tipo, em 2006 Marc Silvestri anuncia um novo projeto. Uma nova “criação”. Hunter Killer. E eu logo pensei: “Taquipariu... lá vem bomba”. Esse nome é o típico artifício pra se chamar leitor. “Hunter Killer... uau...” (zzzzzzz)...! Não gosto muito de concepções espalhafatosas. Eu num disse que eu era rabugento? Seguindo... mas aí o nome de Mark Waid foi anunciado junto à nova criação. Aí lá vai eu e o meu pessimismo: “Waid deve ta precisando de grana... só pode”. Mark Waid é um dos melhores escritores de quadrinhos em séries mensais. Fez um enorme sucesso com o título de Flash, outro grande sucesso com o Capitão América. Mas sua grande obra ainda continua sendo a minissérie Reino do Amanhã, ao lado de Alex Ross, onde ele conta um futuro catastrófico dos heróis da DC Comics.


Pra mim, uma das melhores HQs de todos os tempos. Escreveu boas histórias para Liga da Justiça e Impulso. E fez outro bom trabalho no Quarteto Fantástico e Legião dos Super-Heróis. De fato, um dos roteiristas que mais gosto. Aí meio a mente... porra... Garth Ennis também é... e mesmo assim fez aquela cagada em Darkness, que me perdoem os fãs do Darkness, mas é uma merda. E olha que sou fã do Ennis e do Silvestri. Mas a história foi mal contada, forçada e enrolada pra presente em papel alumínio. Mas muita gente acha “radical” e tal. Cada um cada. Gosto é que nem cu... cada um tem o seu. Mas ainda assim, num sei por que cargas d´águas eu resolvi comprar Hunter Killer da Panini Comics. Que teve sua primeira edição lançada em fevereiro de 2007, um atrás. Então, comprei mais por causa do Marc Silvestri e por curiosidade. Não sou do tipo que compra por causa do “desenhista da vez”. Bobagem. Quero saber se vão contar uma boa história pra eu ler. Frank Miller e Jim Lee se juntaram pra fazer Batman All Star... e é uma bomba só. Comecei a compra e parei na quinta edição. Só serve pra limpar a bunda. Diferente de Superman All Star, que já é um clássico instantâneo. Mas Marc Silvestri é um cara legal. E tem um traço que me agrada. E tinha Mark Waid... então, eu tive alguma “fé”. Comprei as seis edições que fechavam a minissérie. Lá fora foram doze edições que terminou em março de 2007 (a primeira edição estadunidense saiu em janeiro de 2006).

Depois que comprei tudo, encalhei na minha prateleira na parte de gibis não lidos. E por lá ficou por um bom tempo. Até que por fim, resolvi ler tudo duma patada só. No começo, meio descrente. Mas à medida que eu ia lendo, eu ficava com vontade de ler mais. E quando dei por mim, eu já tinha lido tudo. Daria uma boa Sci Fiction de TV caso fosse adaptado com alguma vergonha. Na história, um grupo conhecido com Hunter Killer caça super-humanos que podem colocar o mundo em perigo. Toda vez que surgi algo dessa natureza, eles têm duas opções: faz a “ameaça” ficar do lado deles e os ajudar a catar outros dos seus pares, ou serem mortos. Mas um grupo anterior, que se rebelou ao programa, levou consigo uma espécie de catálogo que daria a localização de todos os outros e tornaria a caça muito mais fácil. E é aqui que entra Ellis, o “personagem principal”. Um super ser que tem a habilidade tanto de copiar poderes como de encontrar outros super seres. Ele era o catálogo roubado. Ou pelo menos seus pais o transformaram nisso introduzindo essa capacidade nos genes do guri. Ele acaba entrando num mundo perigoso, pois cresceu isolado de tudo e sem saber o que realmente se passa no mundo. Quando os Hunter Killers invadem seu lar em algum lugar isolado, seus pais são mortos e ele incluído no programa. Outras tramas acabam se chocando, como politicagem e traições.


É verdade que nem tudo são flores no gibi. Apesar da confusão aparente do Ellis no começo, tudo é aceito e digerido rápido demais. Temos Wolf, um personagem tipo o Wolverine (como sempre), um fato que por si só já me dá náuseas. Todo mundo quer criar o seu Wolverine da vida. E ainda existe uma confusão lá sobre tempo/ espaço que é a motivação por trás do ambíguo vilão que achei um tanto forçado. Ou até mesmo metido, dependendo da forma que você enxergue a coisa. Marc Silvestri desenha apenas até a edição #06 estadunidense (a #03 no Brasil) e depois quem assumi é o dublê de Silvestri, Erik Basaldua por duas edições (aqui apenas uma, a #04, que vale por duas edições de lá) e depois Kenneth Rocafort termina a série, que já dá uma cara mais pessoal a arte. No fim, me deu vontade de ler mais. A forma como tudo foi contada, mesmo com os excessos, me agradou bastante e foi uma boa surpresa pra mim. Mas até agora não se sabe do volume #02 lá por fora. Houve um tempo que disseram que Waid faria. Espero que se fizer, ele tenha o mesmo pique. E quem sabe Silvestri retorne a arte.

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