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Jumper (Cinema)

Quando você percebe que um filme é uma boa ficção científica? Bem, vai depender do tipo de expectador nerd que você é (mas isso não é regra). Existem ficções existênciais que te fazem pensar como 2001: Uma Odisséia no Espaço; e aquelas bem mais galhofas e despretensiosas com o intuito de entretenimento fácil com uma linha bem reta como Star Wars (que eu sou fã desde pirralho, vale destacar). Mas tudo às vezes depende mesmo da visão de cada época. Hoje Star Wars dificilmente funcionaria com uma premissa tão rasa como foi há mais de 30 anos trás. Ou talvez sim, sei lá. Mas a nova trilogia de fato não funcionou nem de longe. Bem, Jumper cai na segunda categoria. Uma ficção simples de uma linha só. Como filme, ele é apenas mais um pra anteceder aos blockbusters que virão por aí como Batman, Homem de Ferro, etc. Como ficção ele falha por uma série de buracos no roteiro e na “matemática” dos poderes dos Jumpers. A pessoa que escreveu não tinha a mínima noção de física quântica.
A história de Jumper é meio “largada”. David Rice (Hayden Christensen de Star Wars II e III) é um garoto que descobre ter super poderes depois de um evento chocante. Quando se deu conta que podia se teletransportar, seu primeiro ato foi fugir de casa, pra longe do pai alcoólatra cuja esposa o deixou anos atrás. Vivendo sozinho, David começa a assaltar bancos entrando em seus cofres-fortes e depois saindo com uma gama enorme de dólares. Assim, viveu por muito tempo. Com muita grana e viajando de país em país pra tomar café da manhã, almoçar, jantar, traçar umas gurias. Até que uma organização, que dá a entender que existe há muito tempo, começa a caçá-lo, pois é o que fazem, caçam jumpers. Liderado por Samuel L. Jackson, que fica bem em qualquer papel, o personagem de Christensen começa uma fuga mundial até que acaba envolvendo sua ex-amiga de colégio quando era criança numa luta pelo Coliseu italiano.

Não é o melhor filme do ano, verdade. Mas se você for ao cinema assistir com o puro intuito diversão despretenciosa, sem esperar nada muito inteligente, esse é o seu filme. Visualmente ele é sensacional. Os saltos dimensionais são uma festa do oba-oba para os olhos. A cena do carro em Londres, apesar de inútil, é bem legal. Pode-se até esperar por uma continuação da aventura como se pode ver pelo final do longa. Há uma variedade de pontas e deixas para que aconteça um “volume II” da película. É como se fosse uma HQ na telona, até porque foi co-escrito por David Goyer, de Batman Begins, Blade trilogia e do gibi Sociedade da Justiça, onde passou um tempo escrevendo ao lado de Geoff Johns. Doug Liman, diretor de filmes como Identidade Bourne e Sr. & Sra. Smith faz um trabalho inferior ao que realizara nos seus últimos dois filmes. Ainda assim, é uma boa diversão de fim de semana. Esqueça todos os buracos de roteiros e as impossibilidades quânticas. Vá, desligue o cérebro e apenas veja.

Jumper (Jumper)- EUA, 2008 - 90 min
Direção: Doug Liman
Elenco: Hayden Christensen, Rachel Bilson, Samuel L. Jackson, Diane Lane, Jamie Bell

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