Quem me conhece sabe o quanto não gosto de música eletrônica. Sem querer ser retrógado, mas pra mim música tem que ser composta (arquitetada) por uma banda, com instrumentos musicais mesclando assim a assinatura de um grupo de pessoas. “Tunz, Tunz, Tunz, Tunz”? Não, obrigado. Sintetizar sons através de aparelhos eletrônicos qualquer um faz. Agora retirar música de instrumentos que necessitem de escalas é outra história. Bem... o lance é que não gosto. Fim. Mas encontrei uma dupla que é meio nesse esquema, mas não é. É chamado de trance, mas vai além. Quebra essa barreira simples. Suas músicas são meio trance, meio tradicional. A chamada música "psíquica". Alguns dizem que é Trip Hop ou Down Time, mas acho estão além.
Estou falando de Air, que é composta por uma dupla de franceses que consegue se destacar à frente de outras pessoas que depositam no trance (e similares) suas fichas. Eles são melódicos, inteligentes e sabem lhe dar muito bem com a composição. Parece que tô caindo em contradição, certo? É meio que um paradoxo começar falando sobre “som deve ser feito em instrumentos” e em seguida elogiar justamente dois caras que não fazem som em instrumentos, mas eu gosto. Aqui entra o lance do “tenho de reconhecer”, mas veja bem, eles são um caso à parte.
Aqueles que se destacam. E é nesse ambiente mais "maluquinho" que esse tipo de música mais toca. No entanto, Air é algo além do rótulo. É suave em certa instância. Tem mais “alma”, com letras simples e trilha harmoniosa. E ainda com incrementação de alguns instrumentos (sim, há instrumentos. Acho que por isso são destaque). São meio melancólicas em alguns pontos como Suicide Underground ou Photograph, que são pequenos arroubos de melancolia. Mas não quer dizer que você vai cortar os pulsos, por favor. Mas pode fazer você dá uma passeado. A boa música é essa... que te faz viajar sem sair do lugar. Mas não viajar de ficar doidão. Ela não precisa de subsídios. Ela deve fazer isso apenas pela melodia e a letra. A banda é tão cool, que filmes e seriados de TV acabam adotado um single para fazer parte da trilha sonora.
AIR é um acrônimo para Amour, Imagination, Rêve (Amor, Imaginação, Sonhos ) o que já faz desses dois franceses uma viajem só. Seus nomes são Nicolas Godin e Jean-Benoit Dunckel e só num gosto mais deles porque a França tirou o Brasil da Copa do Mundo duas vezes nos últimas edições. Tá, isso é besteira. Os caras conseguem espremer o limão amargo e deixá-lo doce sem acrescentar o açúcar. Quem puder dá uma sacada nessa dupla, faça-o. É uma boa sacada sem dúvidas. Mas tem de manter a mente aberta. Eu gosto mais de doom e folk metal e algumas bandas de garagem do underground inglês e estadunidense, sem esquecer, claro, o hard rock que amo, mas não quer dizer que não possa abrir a guarda pra escutar um estilo que não curto. É sempre bom experimentar. Se o resultado for ruim, parte-se pra próxima.
Moon Safari (1998)
The Virgin Suicides (2000)
10 000 Hz Legend (2001)
Talkie Walkie (2004)
Pocket Symphony (2007)
Site Oficial: http://www.pocket-symphony.com/
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