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Fazendo Fanzines

Esse ano tirei pra voltar a produzir fanzines. Fazia mó cara que eu não produzia nada meu. Acho que desde 2001 ou 2002 eu não lançava um fanzine totalmente produzido por mim. Desse tempo todo pra cá me dediquei apenas como colaborador em uma pancada de produções. O que não quer dizer volume de material, tendo em vista que nem tudo que fiz saiu, foi produzido ou concluído. Minhas colaborações ficaram muito por conta de roteiros para terceiros, algumas páginas pra amigos com texto e arte providos por mim mesmo e o Arena, este último eu funciono como editor e roteirista, e cabe a mim juntar todo o material. É uma ótima produção, mas peca em periodicidade, infelizmente por conta de outros colaboradores. O Arena foi o mais perto que tive de uma produção minha, mas ele é feito em conjunto com outros colegas.

Mas desde o final do ano passado eu venho me agilizando e voltando a produzir coisas minhas. Por ora estou mesmo é “remasterizando” as minhas produções mais antigas, que na época montei na base da cola e do recorte, com letras coladas nos originais e muitos balões feitos no punho, mas já é um recomeço. Agora estou deixando essas produções mais antigas com a cara que elas deveriam ter na época, mas por inaptidão minha em relação à “tecnologia” e falta de acesso fácil a mesma, não fiz. Agora estou podendo limpar as páginas, colocar balões arrumadinhos, fontes mais acertadinhas, diagramação mais bem feita, quer dizer, do jeito que eu sempre quis, e não aqueles fanzines colados no cuspe (força de expressão).

Com isso eu criei o Quatro-Folhas Quadrinhos. Por que Quatro-Folhas? De boas? Sei não. Mas eu gosto do nome e eu queria alguma que tivesse a natureza no meio. Já tive vários selos e entre eles está o Maximus Estúdios e Line Comics. Os mais usados por mim em anos. Mas senti necessidade de começar do zero com essa nova empreitada e por isso acabei criando algo novo, diferente onde eu pudesse recomeçar os zines que eu queria e alocar outros que já estão feitos, mas nunca lancei. No rastro, surgiu o Baladeira Estúdios, uma espécie de primo do Quatro-Folhas Quadrinhos e uma homenagem ao Line Comics, que foi onde tudo começou pra mim (mais detalhes AQUI). O Baladeira é um selo onde irei usar coisas minhas mais alternativas. Umas inéditas e outras no mesmo esquema que estou fazendo com o Quatro-Folhas.

Eu gosto muito de fazer isso e espero poder continuar fazendo enquanto eu puder. Enquanto pra uns é uma forma de tentar vender idéias, personagens, fazer grana, sucesso, ganhar prêmios, não estou generalizando, até porque tudo isso faz parte do reconhecimento, eu só quero produzir. Só quero fazer. Gosto de criar. Gosto queimar as pestanas. Isso me dá um puta prazer. Fazer fanzine pra mim é isso. Prazer acima de tudo. Num tem coisa mais legal do que você terminar uma produção e depois poder folhear ela na sua mão. Dez mil vezes mais massa que uma publicação online, muito comum hoje em dia, mas que nem sempre consigo ler uma linha, pois me dá um sono desgraçado. Não é uma crítica. O formato online ajuda muita gente a chegar a muitos lugares. É uma arma muito bem-vinda. Eu é que sou chato e não sinto prazer em ler nada na tela do monitor. Me dá mesmo sono e é desconfortável.

Eu gosto do impresso. Nem que seja na Xerox. Nem que eu tenha de fazer um a um a mão. Um dia eu pretendo produzir ou pegar todo o meu material e jogar na grande rede. Mas não é o momento e acredito (e espero) que demore pra cacete pra isso acontecer. Gosto mesmo é do fanzine no papel. Adoro o termo fanzine. Esse termo pra mim significa diversão. Fazer com as próprias mãos sua revista em quadrinhos. Isso não tem preço. Quer dizer, simbolicamente falando. Sai caro às vezes editar um zine. Massss... no final sempre compensa. Se não tem retorno monetário, pra mim (eu digo eu) tem retorno de prazer. E enquanto eu puder fazer, irei fazendo. Pra conhecer mais um pouco do Quatro-Folhas Quadrinhos é só clicar AQUI.

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