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Liga do Cerrado #03 (Resenha Quadrinhos)

Recebi pelos Correios meu exemplar da Liga do Cerrado #03, assim como já havia recebido a #01 e a #02, que também já resenhei aqui neste humilde blog (AQUI e AQUI). Bem, de cara o que posso dizer? Que de novo os criadores Ronimar Messias, Gabriel Gomes e Geuvar Oliveira acertaram de novo bem no alvo. A revista da Liga do Cerrado tem um diferencial de todo material nacional em que eu já pus as mãos. E é uma característica já dos criadores também. Quando você ler a Liga do Cerrado, você se identifica na hora com os personagens. Eles vivem no Brasil mesmo, e não naquele Brasil que muitos criadores nacionais gostam de fazer, com prédios alá estadunidenses e seus becos com tijolinhos retangulares e latas de lixo do Manda Chuva. Não! O cenário, a confecção de todo o visual, a forma coloquial de falar, tudo é algo bem comum a nós brasileiros e fica muito bem. Parece que o autor nacional não acha que dá pra fazer HQ de super-heróis no Brasil sem as características dos quadrinhos americanos. Tem caras que usam títulos em inglês e personagens brasileiros com nomes como John, Neil, Natalie que perdem a identidade dos personagens que poderiam ser Antonio, Pedro ou Joana. Essas coisas. Mas isso tem um motivo e é bem mais profundo. Não pretendo entrar nisso, mas só pra dá uma idéia do que seja, é mesmo o bombardeamento de tanto material estrangeiro no Brasil, formado leitores e criadores calcados naquilo que veem com frequencia. Mas claro que isso de fato é mais profundo. Isso é só um dos motivos. Vamos voltar à Liga do Cerrado.
Essa edição veio mais “fina” do que as anteriores, com apenas 32 páginas, o que pode ser muito bom, assim além de baratear os custos, pois a revista da Liga é toda colorida. Toda mesmo, da capa ao miolo, faz com que não se queime tanto material duma vez só, guardando assim material para uma edição seguinte. Falando em material, vamos então a ele. A revista tem duas HQs. Uma escrita por Geuvar Oliveira e ilustrada por Gabriel Gomes e outra escrita por Edvanio Pontes (eu) e desenhada por Adriano Sapão. A primeira é muito bacana. Geuvar e Gabriel contam um pequeno caso de “terror” dentro dos limites do humor da Liga com o Sr. Pochete enfrentando uma Mulher-Piranha que vinha atacando pessoas e as matando numa noite quente da cidade de Pequinópoles. A HQ é muito boa de se ler e você fica preso aos fatos ocorridos. A arte do Gabriel é um atrativo a mais. O cara tá com um traço soberbo. Com um cenário bem brasileiro, bem crível. Fantástico. A segunda escrita por mim é com o Caryocal, a Maria Paulada e a Jeitosa em São Paulo atuando ao lado da criação do Samuel Bono, o Bucha para derrotem o Assalariado, um cara que todo começo de mês fica puto por receber a merreca de sempre e fica roxo de raiva crescendo que nem o Hulk. Foi muito divertido escrever isso e melhor ainda que tenha sido ilustrado pelo meu amigo Adriano Sapão. Ficou ótima.
Essa edição também veio com uns problemas básicos, mas que não atrapalham a leitura de maneira nenhuma. Primeiro foi o ordenamento de alguns balões na primeira HQ. Se o leitor não for atento ou for uma pessoa que nunca pegou numa HQ pra ler, pode acabar lendo os textos de maneira errada. Tem de ter atenção nisso, pois é importante que o leitor de qualquer natureza consiga acompanhar os textos na ordem certa. Foram pouco, em alguns poucos momentos, mas tem de atentar pra isso. E também nos erros de digitação. Alguns pontos estão equivocados, mas na verdade deu pra notar que não passou mesmo de erros de digitação. Em minhas produções eu erro o tempo todo. Só consigo ver depois que faço uma impressão. Mas é isso mesmo. Mais do que normal. E na segunda HQ só percebi um errinho. Uma das páginas com a ordem de leitura dos quadros confusa. São cinco quadros lado a lado de maneira que o leitor pode ser perder na hora de ler. São coisinhas simples, mas que podem causar estranheza na hora da leitura. Mas em momento os tais “probleminhas” tiram o brilho da revista. A primeira e a segunda edição estão impecáveis e a terceira está no mesmo nível. São errinhos comuns de produção. Isso acontece em qualquer publicação, até nas grandes. Mais do que normal. Eu mesmo, como já disse, tenho uma cota alta de vacilos às vezes em minhas produções, mas vamos aprendendo. No mais, é uma ótima revista, muito bem editada, muito bem produzida, feita por caras que meteram um bicudo pro gol. Super aconselhado, não só essa edição, mas todas as outras.

Nota: 9,0

Liga do Cerrado#03
Páginas: 32
Capa: Colorida
Miolo: Colorido
Formato: 23x16
Selo: Tapioca Preta
Arte da Capa: Ronimar Messias
Editores: Geuvar Oliveira, Gabriel Gomes e Ronimar Messias

Para maiores informações, é só escrever um e-mail para:
ligadocerrado@hotmail.com
atavos@hotmail.com
geuvar@yahoo.com.br

Ou acessar aqui: http://fotolog.terra.com.br/atavos

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