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A Princesa e o Sapo- A Disney está de volta

Eu tava doido pra assistir esse longa animado da Disney e finalmente consegui. Acreditem que em épocas de "Avatar", eu escolhi A Princesa e o Sapo para degustar uma boa animação. E foi sem dúvidas uma escolha das mais acertadas. Hoje em dia a animação feita por computador está difundida dentro do filão cinematográfico. Há algum anos atrás ainda era novidade. Hoje, é tão comum quanto ver político roubando na cara-de-pau lá em Brasília. Muitas crianças hoje em dia nem lembram como é assistir uma animação tradicional na tela do cinema. Muitas nunca nem assistiram uma, pois a última grande animação de peso a passar num cinema foi Nem que a Vaca Tussa (2004), que foi justamente a última animação da Disney para esse formato e logo em seguida, o estúdio anunciou que fecharia as portas de sua ala de produção de animação em 2D e se concentraria apenas nas animações em 3D. Isso até o ano de 2008, quando John Lasseter, criador da Pixar que nos trouxe animações como Monstros S/A, Wall-E, Toy Story e Up, resolveu que era hora da "magia Disney" retornar ao seu devido lugar. Lasseter é hoje o chefão de animação da casa e mesmo sendo um cara que só produziu filmes animados em 3D, sua paixão pelo tradicional falava mais alto. Com isso ele reativou o núcleo de animação 2D da Disney e entregou em 2009 o primeiro filme todo feito a mão do estúdio em anos, o adorável A Princesa e o Sapo.E fico feliz de saber que o produtor acertou em cheio! Não me levem a mal, mas uma animação 3D por mais atraente que seja, nunca vai superar o fascinio que há em uma animação tradicional. A vida que há nele. Os frames parecem saltar aos olhos mais do que uma sala gelada com pessoas com óculos de 3 dimensões, por exemplo. A sultileza do traço, os detalhes do cenário e o movimento fluente são coisas que a animação 3D por mais bonitas que sejam visualmente, nunca irão alcançar. Eu estou falando da animação em si, não do roteiro das obras. No caso por exemplo de Wall-E e Up-Altas Aventuras, as histórias são o destaque da animação, e não o contrário. Em A Princesa e o Sapo a tradição Disney se volta novamente para a tela grande com princesas, principes e bruxas- tá nesse caso, é um "macubeiro". Mas a fórmula tradicional está lá. O que percebi foi a forma de exercer e absorver o novo mundo que nos rodeira na produção. Animações como O Corcunda de Notre Damme e a Pequena Sereia funcionaram em suas respectitvas épocas, mas não funcionariam nos dias de hoje. As crianças são bombardiadas todos os dias por uma série enorme de acontecimentos. Colaboram TVs, Internet, video-games e todo tipo de aparato moderno. Fora a exposição a tanta violência no mundo. Por isso é claro que a Disney se adaptou a essa nova vida. Mas não de forma tão radical, claro. Ainda é uma animação Disney tradicional, com canções, dancinhas, bichinhos falantes, mocinhos e vilões. A forma como isso foi pensado é que levou em consideração o status emocional da criança de hoje. Tudo que a Disney faz, ela fez na animação, mas acentuou levemente o tom do perigo, por exemplo. Fora outras pequenas nuances que são perceptiveis aos mais grandinhos, como magia negra, morte e um romance conturbado. Lógico que tudo isso bem diluido, onde tudo é absorvido de forma simples e natural, afinal, é um desenho da Disney. Mas me deixou muito feliz em rever uma animação do selo Disney Classic Animation com tanto empenho. É um filme divertido e que dosa tudo com muita perfeição. Aqui temos o principe Naveen que está sem eira e nem beira por conta de suas irresponsabilidades, tantando arrumar uma jovem rica para casar. Logo é enganado por Dr. Facilier, que o transforma em Sapo e coloca o acompanhante do principe no lugar dele através de magia negra para que os dois saiam ganhando a grana da riquinha. No meio disso temos Tiana, a sonhadora e trabalhadora moça que sonha em abrir um restaurante em memória do pai. Ela acaba encontrando o Sapo e vestida de "princesa" por conta de um acidente, beija o principe e... se transforma em Sapa! Ela num era nenhuma princesa. Com isso os dois tentam arrumar uma forma de reveter a situação e acabam conhecendo nos pântanos Louis, o crocodilho trompetista e o vagalume romantico Ray. A partir daí, é só aventura regados a blues e jazz, afinal, a história se passa em Nova Orleans, o berço desse estilo. Um fantástico filme que merece sim ser conferido.
A Princesa e o Sapo (The Princess and the Frog, 2009)

Direção:
John Musker, Ron Clements
Roteiro:
Ron Clements, Rob Edwards, John Musker
Elenco:
Anika Noni Rose, Bruno Campos, Keith David, Jenifer Lewis, Jim Cummings, Michael-Leon Wooley

Nota: 7,5

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