Beck- Mongolian Chop Squad Número de episódios: 26 Ano de produção: 2004/2005 Estúdio: Madhouse Origem: Manga (2000/2008) Editora: Kodansha Revista: Shonen Magazine
Sabe quando você não dá nada pra alguma coisa e de repente se surpreende? Bem, foi o que aconteceu comigo quando peguei a série animada Beck para assistir. Um amigo meu me deu toda a série com 26 episódios e a principio aceitei apenas pela boa vontade do cara, mas logo quando comecei a dar uma olhada apenas “por cima” no animê vi que tinha algo a mais ali. A história é até um pouco incomum para uma série animada, pelo menos para essa magnitude e proporção. Desenhos animados com o tema “Banda de música” era bem comum entre os anos de 1970 e 1980 com Josie e as Gatinhas, Os Impossíveis entre outros, mas eu nunca tinha visto algo com tamanho cuidado e esmero como Beck. A história mostra alguns japoneses adolescentes montando uma banda e tentando viver com ela. Até aqui nada demais, certo? Certíssimo. Mas a forma como a coisa toda se desenrola é que faz a diferença! Não espere super shows, sucessos, drogas, subidas estratosféricas e derrocadas vertiginosas. Saia desse padrão comum imposto por filmes hollywoodianos. Beck está um pouco além desse estereotipo recorrente.O legal em Beck é ver os personagens crescerem dentro da série como pessoas que enfrentam dificuldades como qualquer um. A banda tem seus altos e baixos comuns, brigas internas e externas, problemas amorosos, períodos de autoconhecimento e tudo isso conciliando com estudos e trabalho. O personagem principal, Yukio Tanaka sai de garoto tímido que não sabe fazer nada para jovem promissor da cena independente do Japão. Você ver o Yukio aprendendo seus primeiros acordes, tentando se adaptar ao treino diário da musica (e com isso começa a tirar notas baixas na escola) até começar a ensaiar na banda de Ryuusuke Minami, líder da banda Beck que ficou amigo do garoto. Mas pensa que a vida é fácil? Nem! Yukio sempre leva puxão de orelha dos companheiros por não conseguir acompanhar às vezes e errar as notas. Ainda tem que enfrentar os valentões da escola, se resolver entre duas garotas (chega a ter uma terceira garota) em sua vida social e problemas grana.Claro que nem tudo são flores em Beck. A série como um toldo é um ótimo divertimento, mas o Estúdio Madhouse deu uma economizada na performance dos personagens. A animação em si é fraca, cheia de erros simples de animação e sem muito esmero no traço, em contrapartida os cenários são bem trabalhados, mais por conta de animação feita por computador e os movimentos em dados momentos (mesmo com o traço a desejar) é fluido, sem muita quebra de movimento. Pesa contra também o drama comum em animação japonesa, que no caso de Beck não chega a ser “mexicano”, mas tem sua cota dispensável. Só em nível de comparação, que não aguentava as frescuragens de Shinji Ikari em Evangelion com certeza terá o mesmo desgosto em Beck com Yukio Tanaka. Felizmente o nível de acertos aqui são mais altos que os de erros. Em torno de seus 26 episódios a série faz um verdadeiro “círculo da vida” com os protagonistas e coadjuvantes. As referencias musicais de várias bandas de rock e nomes famosos circulam o tempo todo. A série foi baseado num manga de Harold Sakuishi editado em 2000 pela Shonen Magazine. Virou série animada em 2004 pelo estúdio Madhouse. É uma ótima oportunidade para sair do feijão com a arroz de sempre que permeia os fãs da animação japonesa em geral (sem generalizar).
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