
Hoje em dia é muito comum o autor nacional buscar refugio na
Internet para editar seus quadrinhos, que é uma forma mais barata e com recursos mais atrativos como a utilização da colorização, por exemplo, fora o alcance abrangente da grande rede. No entanto, ainda há aqueles guerreiros que preferem editar seu material
impresso quer seja em simples
Xerox ou tirando a mão do bolso e fabricando edições mais caprichadas. A verdade é que esse ano o Brasil viu um numero significativo de publicações impressos com qualidade profissional, quer seja bancado pelo próprio autor ou se valendo de incentivos culturais que praticamente toda grande cidade tem, mas nem todos sabem como captar tais recursos. Nesses últimos dois meses várias publicações foram lançadas em vários pontos do Brasil. Um bom exemplo é a revista
Do Além editada pelo grupo
P.A.D.A. (
Produtora Artística de Desenhistas Associados) que está lançando esse mês com o tema Terror, alicerce comum para muitos artistas brasileiros. A edição tem 60 páginas, custa R$ 5,00, capa colorida e miolo preto e branco. A edição conta com nomes como
Rom Freire,
Maurício Santoro,
Angelo Ron,
Jave,
Hector Lima,
Bruno Sthal,
Abs Moraes,
Rodrigo Nemo,
Alexandre Callari,
Daniel Pedrosa e
Arthur Filho. Alguns novos talentos se reunindo com outros mais ativos na área. Informações podem ser adquiridas
AQUI ou
AQUI pelos e-mails. Rumando por um paralelo mais c

omplicado os irmãos
Matuck (Artur, Carlos e Rubens) lançam o álbum de luxo
Sir Charles Mogadom e do Conde Euphrates de Açafrão onde os três criadores contam dez contos oníricos sobre coisas simples, que fizeram a infância dos autores. O álbum demorou 40 anos (!) para ser finalizado, mas tem uma estrutura gráfica muito bonita, todo pintado magistralmente em lápis de cor. Toda a parte estrutural ficou por conta da
Editora Terceiro Nome que está lançando a produção com capa dura com sobrecapa, formato 26,5 x 36 cm, 160 páginas e custando o salgado preço de R$ 99,00, mas o valor é compreensível por conta da produção ser tão bem cuidada. Para quem gosta de produção mais experimen

tais, que finca o pé ali em textos mais europeus, acho que essa é a sua escolha certa. Outra boa escolha é
O Cabra do premiado criador
Flávio Luiz que ganhou um
HQMix em 2000 por
Jayne Mastodonte e participou de materiais como O Messias do qual é desenhista em cima dos textos de Gonçalo Junior. O Cabra denota uma mistureba boa de contos nordestinos, com ficção cientifica, um pouco de mangá e várias referencias diversas. É uma HQ de vingança e traição com um pouco de romance. A editora Papel A2 está lançando a revista ao preço de R$ 38 contos, 56 páginas coloridas, 25x38 cm. É verdade que o preço é muito salgado para uma produção com poucas páginas como essa, mas com certeza o preço deve está se pagando pelo custo gráfico que é alto no caso de revistas com essa qualidade. Para maiores novidades vá no blog www.flavioluizcartum.fotoblog.uol.com.br .
E ainda há mais produções aparecendo no mercado como
Área 71 e
Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira, ambas obras baianas que se valeram de incentivos culturais. A primeira, Área 71 é na verdade uma coletânea com autores baianos sobre diversos temas como terror, ficção, aventura, etc. Aqui vários artistas veteranos e novatos dão as caras por aqui como
Hector Salas,
Marcos F
ranco,
Antonio Cedraz,
Ulisses Almeida,
Fabrício Campos e
Rodrigo Vinicius. A revista tem 48 páginas, formato 17x26 e custa apenas R$ 3,50. Baratinho e variado. Tá valendo. Já Vila de Sant’Anna da Feira é um conto sobre um possível personagem real (ou não) que não se sabe ao certo se roubava para dar aos negros e pobres do começo século XIX ou se era de fato um assassino desalmado. Isso é o que o leitor terá de descobrir na obra de
Marcos Franco,
Marcelo Lima,
Helcio Rogério,
Caio Sá Telles,
Jefferson Loureiro e
Adauto Silva. A revista tem 48 páginas, formato 21x28 e custa R$ 10,00. Essas duas edições podem ser adquiridas através do endereço lucasdafeirahq@gmail.com. E tem para quem curte hum

or político também que é o caso de
Lula Lá - Parte 2: A Sucessão lançado pela
Devir Livraria que investe bastante em quadrinho nacional. Aqui o jornalista
Chico Caruso deleita suas mais de 300 charges que fez com muito humor e sarcasmo sobre o governo Lula entre 2006 e 2010. O álbum tem 144 páginas, formato 21x28 e custa R$ 54,50. Um prato cheio para cronistas, acredito.Essas são apenas algumas obras qu

e estão ganhando o mercado editorial impresso. Claro que há outras produções como eu já divulguei
AQUI, mas é bom ver que ainda tem muito criador que acredita no material impresso, que corre para vender seu produto e não tem medo desse mercado tão fechado que é a publicação de quadrinhos nacional em celulose. Eu como criador não consigo me ver editando nada de forma online para download ou leitura na net. Muito chato! Há muitas criações fantásticas hoje que se valem dessa ferramenta por conta mesmo de dificuldades, o que nesse sentido é uma mão na roda, mas eu prefiro não lançar nada a ter de editar nesse formato. Talvez um dia eu faça assim meus primeiros fanzines, de anos atrás só em nível de curiosidade, mas ainda assim é provável que eu acabe editando em formato impresso nem que seja só pra mim. Coisas para o futuro.
Eu já falei sobre isso anos atrás e voltarei ao tema em breve sobre nova ótica, pois com as novas tecnologias (
AQUI) de mercado o impresso pode estar com os dias contados... ou não!
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