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Outros tempos... Tom & Jerry censurados!

Vou usar a pontes "Tom & Jerry" censurados para falar um pouco sobre como os tempos mudaram em pouco mais de uma década. O canal pago Cartoon Network foi alvo de uma polêmica recente referente ao corte de episódios de Tom & Jerry que de acordo com a grade não cabe dentro dos padrões estabelecidos para o público jovem. Animações dos anos de 1970 e 1980 infantis e até anteriores a essas décadas era bem "violentas": explosões, mutilações, cigarros, tortura, e várias outras agruras perpetuavam os folhetins infantis, porém, dado sua época mais "inocente", não causava o reboliço imposto por uma sociedade vivendo um "boom" da violência globalizada, que busca espiar essas tendências em games, animes e filmes dados como violentos, sendo que coisas assim já existiam antes dessa nova conscientização temerária. A violência atual não tem nada a ver com o entretimento de massa, e sim com frágeis políticas de conduta, que parece querer mais tapar o Sol com a peneira. Claro, estou vendo por um prisma nacional, me adequando a realidade brasileira, mas a intolerância é regida nos "quatro cantos do mundo". 

Quando eu era garoto nunca me deixei influenciar por desenhos animados ou filmes, muitos menos games (que não eram, bem da verdade, tão violentos como os de hoje) ou situações externas. Aliás, nenhum dos meus amigos e colegas da mesma época que eu também não. Ninguém cresceu psicopata ou bandido. Então onde está o erro dos dias de hoje? Por que existe esse medo, esse zelo exacerbado com uma ou várias mídias que deveriam ser apenas entretenimento, um escapismo mesmo? As respostas são sempre as mesmas, parece até combinado. Mas nenhum sociólogo parece querer apostar no simples fato de que o mundo é mais cruel e frio pelo simples fato de que estamos vivendo outros tempos. Que a intolerância é regida pela total falta de comprometimento dos governos e o desinteresse em resolver esses casos. O excesso de zelo fica sendo uma faca de dois gumes. A politicagem acaba sim transformando um povo em seus algozes. Quando há a violência da saúde pública ou do ensino público, o Estado está transformando seu povo em vitima num círculo bastante delicado de revolta e retorno em fúria. 

Censurar uma animação infantil não vai definir o caráter de ninguém quando o erro está na verdade na pouca falta de estrutura que o Estado oferece. No Japão as animações são extremamente violentas, seus mangás são voltados para temas polêmicos (como sexo e mais violência). E nem por isso você vê que um "de menor" assaltou a padaria e matou o dono, a esposa, os filhos, o papagaio e por aí vai. Naquela terra as pessoas são ensinadas desde criança a serem cidadães e com isso, cria-se aí uma sociedade madura e segura o suficiente para não se deixar influenciar. E quando falo de "influencia" não estou com isso corroborando para a atitude da Cartoon, mas sim fortificando o que eu disse sobre saber dividir o mundo real do fictício sem ser preciso uma intervenção de uma grade de TV fechada para atender uma demanda globalizada sobre a violência. Esse mundo de hoje é uma sombra pálida e a tendência é ficar ainda mais opaca.

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