Se a segunda temporada foi morna, quase parada e dando ânsias de sono, o mesmo não pode se dizer da terceira temporada que teve a entrada de dos personagens importantes: Michonne e O Governador. Mas já que chegamos neles. Primeiro vamos fazer paralelos entre a série e os quadrinhos. Para quem só conhece Walking Dead da TV tá uma belezura, mas quem conhece os quadrinhos e assisti a série pode não estar sendo tão legal. Eu prefiro ver os dois de forma separada, pois se for fazer comparações a série da TV perde em anos luz, no entanto, no formato que está para a televisão, Walking Dead parece estar funcionando. O cânone dos quadrinhos está lá no seriado, apenas algumas motivações e fatos ocorrem de formas diferentes ou semelhantes. Sem querer soltar spolilers para quem ainda não leu ou assistiu a série, basta dizer alguns personagens perderam algumas de suas características marcantes. Analisando apenas a versão da TV, Walking Dead está numa alucinada redenção pela última temporada, com cenas de ação e tensão permanente, como se o perigo de fato os rodeassem o tempo todo. O clima é febril, os personagens parecem sujos, nervosos, com os nervos a flor da pele. Isso é muito legal. A sensação de perigo é constante, não apenas pelos errantes (zumbis), mas pela a ameaça do Governador.
Falando na peça, O Governador da série é menos afetado que a versão dos quadrinhos, mas tão igualmente manipulador e doentio. Mantendo uma comunidade de refugiados na pequena Woodbury, O Governador se mostra um cara frio, calculista e manipulador, mais ou menos como é sua contraparte nos quadrinhos. No entanto, a série (spoiler) fez a volta nas cenas violentas em que o Governador se envolve. Nos quadrinhos, por exemplo, ele prende Michonne, tortura, estupra, tortura, estupra e ainda surra o Rick e arranca a mão dele. Eu realmente esperei por isso. Mas passou longe. Outra diferença é que nos quadrinhos o grupo de presidiários encontrados na cadeia por Rick e o grupo, eram bem mais barra-pesada. Nas série deram uma reduzida. Já os personagens mais consagrados como Heshel, Glenn, Maggie e Andrea continuam por lá. O fazendeiro como nos quadrinhos, perde parte da perna. Lori acaba morrendo antes da invasão do presídio e de forma meio estranha, mas fala sério: ela tava um porre. T-Dog era outro personagem sem sentido que partiu dessa para uma melhor logo no começo. Já o bacana Daryl continua se mostrando ser uma boa criação que não veio dos quadrinhos.
Pra mim o personagem chato da vez acabou sendo o Carl, filho do Rick. Tá parecendo cada vez mais um pivete despirocado. Nos quadrinhos ele também fica chatinho, mas Rick consegue ir moldando o pirralho. Na série Carl está fazendo (e falando) besteira demais. Seja como for, a terceira temporada se mostrou uma produção ainda mais caprichada, com bons efeitos especiais. As cenas de ação estão ainda melhores, as mortes do mortos- vivos (!) mais bacanas e o clima consegue emular com mais precisão a fobia que se acomete as pessoas comuns num apocalipse zumbi. Claro que nem todos que começaram na temporada chegaram até o fim, caso de alguns personagens importantes, que nos quadrinhos, ainda estão vivos. Mas como já foi dito pelos produtores, a série da TV é um caminho livre buscando identidade e tentando não ser apenas uma mera adaptação. Boa série que deve ser acompanhada com atenção.
Nota: 8,0
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