Cá estava eu assistindo a Mad Max 2 e constatando o quanto
esse filme é divertido. Em um futuro apocalíptico onde só os fortes
literalmente sobrevivem sobre uma fina navalha de loucura e retrocesso
evolutivo. Tirado tudo o que ele representa socialmente sobre aspectos sociais,
Mad Max 2 é uma piada da verdadeira humanidade, ou de como ela se comportaria
perante o fim do mundo. O pior é saber que não estamos tão longe assim dessa
realidade, que só está de pé ainda por conta de um senso comum estipulado (e
sempre estimulado) através de gerações. Mas até onde irá essa cortesia? No
universo de Max a cortesia se resume a gasolina, comida e sobrevivência. Hoje é
comum ver filmes, séries e livros sobre sociedades distópicas, vivendo em
realidades salubres, onde a vida não serve nem como barganha. Mas nos dias de
hoje isso não me parece tão distante já que estamos vivendo uma onda de
intolerância, não apenas no Brasil, mas em vários lugares do mundo.
Max Rockatansky é um cara solto no mundo com seu carro
gladiador tentando sobreviver como der rodando de um lado para o outro, sempre
cercado de párias com roupitchas de
couro com um fio enfiado na bunda e plumas. Ou motoqueiros deturpados de dentes
amarelos, armados com “tacapes” com pontas de prego, coquetéis molotovs,
correntes e insanidade costumam singrar seu caminho. Quando eu era garoto e
esse filme passou na TV eu ficava me imaginando como seria sobreviver num mundo
daqueles. Ali era olho por olho e dente por dente. Uma realidade desértica e
quente onde as estradas são como ringues e os humanos são meros parasitas
dentro desse final trágico, porém, merecido. Não me parece muito longe da
realidade que temos hoje. Da anatomia que temos no nosso cotidiano. Max tinha
um carro envenenado, armas com poucas balas e a cabeça dura para lhe dar com
diversas situações. É como se ver no espelho!
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