Por isso que digo que as grandes HQs de super-heróis eram produzidas na sua grande maiorias nos anos de 1980. Ou pelo menos tiveram uma reviravolta adulta nessa época. Um bom exemplo disso é Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven (1987) que foi lançado novamente no Brasil, mas dessa vez dentro da coleção da Salvat. A Panini já havia relançado por aqui acredito que em 2004 dentro dos Maiores Clássicos do Homem-Aranha. Anteriormente a Abril Jovem lançou em formato de minissérie. Seja como for, continuando da ideia de quadrinhos dos anos de 1980 terem feito história, só se evidencia isso com esse arco do Homem-Aranha com A Última Caçada de Kraven. Escrito por J. M. Dematteis e com desenhos de Mike Zeck e arte-final de Bob McLeod, a história mostra uma HQ do Cabeça de Teia sem piadas, sem friulanas e bastante tensa. Eu gosto muito do Aranha brincalhão, mas essa aqui é especial. Caçado pro Kraven, o Homem-Aranha acaba caindo em uma de suas armadilhas e o vilão usurpa o uniforme do herói e começa a agir de forma brutal pelas ruas de Nova Iorque. Tudo isso não faz parte de um plano de dominação global ou tem a ver com o óbito do nosso heróis. Kraven apenas queria provar depois de ser derrotado tantas vezes pelo Homem-Aranha que conseguiria vence-lo de alguma forma e sim... ele consegue! A trama de DeMatteis pode parecer um pouco exagerada no drama a principio, no entanto, tamanha carga acaba dando maior notoriedade a obra como um toldo. Isso denota ao leitor que o Aranha realmente às vezes pensa que vai morrer, que pode sair um dia em patrulha, lutar contra um vilão e de repente, ser morto. A arte de Mike Zeck auxiliada pela competente arte-final de Bob McLeod dão o tom ideal para que a trama fique ainda mais sombria. Pra mim acredito que este seja o "Cavaleiro das Trevas" do Homem-Aranha... ou se aproxima de algo assim. Um belo material para se ter em casa e ler e reler algumas vezes.
Nota: 8,5
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