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Miracleman #01 ao #04- Livro UM: Sonho de Voar (Resenha Quadrinhos)

Eu esperei a série toda ser finalizada por aqui para começar a ler Miracleman. O título era uma verdadeira confusão de direitos que perambulou por anos nas mãos de Todd McFarlane, Neil Gaiman, Alan Moore e o editor Dez Skinn da revista inglesa Warrior (de onde partiu o personagem de Mike Anglo). Por fim, a Disney conseguiu comprar os direitos do produto e fez algumas "promessas" a Alan Moore: primeiro o nome dele não deveria estar ligado- por isso é dito na revista que é obra do "Roteirista Original" e segundo que as HQs antigas de Mike Anglo deveriam fazer parte da reedição gerando lucro para a família do autor falecido. Resolvido isso, a Marvel foi em frente. E depois de tanto tempo e tanta expectativa em torno de uma das obras mais seminais dos anos de 1980, que praticamente criou a HQ adulta como é hoje (ela é anterior as investidas da DC no selo Vertigo- que foi praticamente criado por Alan Moore também), a revista de Miracleman foi um relativo fracasso lá fora! Inclusive foi cancelada na fase de Neil Gaiman e está em hiato. Muito fala-se que a HQ está datada, que os novos leitores não se impressionaram com a abordagem adulta e violenta em que Alan Moore conduziu. A verdade é que tudo que se vê hoje em dia de HQs adultas foi criado praticamente ali, em Miracleman, que até aquele momento, não existia nada igual.
 
Nesse primeiro arco, Sonho de Voar, o roteirista dá um show de narrativa, com um olhar espetacular sobre um herói esquecido que volta a ativa, mas que guarda segredos que nem ele sabe sobre sua existência. Para quem não conhece bem o histórico, basta dizer que Miracleman- ou Marvelman no original- é na verdade uma versão inglesa do Capitão Marvel (Shazam! hoje) da DC Comics. Explicando que isso gerou algum desconforto na época e algumas queixas diversas tanto da DC como da Marvel (pelo uso do nome Marvelman). Na trama Micky Moran é um cara de meia idade que trabalha como jornalista e anda tendo sonhos em que ele pode voar. Durante uma situação de terrorismo o estresse o faz lembrar da "palavra mágica" que o transforma em Miracleman e então, ele assim o faz salvando o dia. Mas não espere um ato heroico. Ele arrebenta os bandidos da pior forma possível! Então ele lembra de sua vida anterior, das suas aventuras e lembra de Kid Miracleman e Jovem Miracleman, dois amigos que ao pronunciarem seu nome se transformam em versões poderosas do próprio Miracleman (assim como em Shazam! com a Mary Marvel e o Capitão Marvel Jr.). Mas algo vem à sua cabeça ao lembrar do fatídico dia em que ele perde ambos durante uma explosão nuclear. Será mesmo?
 
Moran é casado e conta a sua esposa sobre duas aventuras nos de 1950. No principio ela parece incrédula e chega a pensar que ele está de brincadeira, mas ao falar a palavra Kimota, o Moran volta a ser o Miracleman. Sendo assim, Moran acaba descobrindo que Kid Miracleman ainda vive e é um empresário poderoso. Mas algo parece estranho quando Miracleman percebe que aquele não é o garoto Bates que dava lugar ao Kid e sim... o próprio Kid Miracleman! E pior: o cara virou um vilão poderoso, pois seus anos transformados deram a ele experiência e poder para superara até mesmo o próprio Miracleman e uma batalha violenta se segue. A arte de Garry Leach e Alan Davis dão o tom das batalhas e ar soturno às páginas. Miracleman se diferencia de tudo até mesmo nos dias hoje. Se você acha que já viu isso... pense duas vezes. Miracleman de Alan Moore foi criado antes tudo que você conhece hoje em dia e sem ele, provavelmente seu personagem "violento" favorito não existisse sem ele.
 
NOTA: 10,0

Comentários

Little Ton disse…
Terminou a publicação no Brasil? Então agora vou ler tbm!
EdPontes disse…
Terminou sim. Falta a fase do Gaiman, mas a Marvel canelou por lá.
Little Ton disse…
Ah, Marvel Mardita! Aí vai ficar com os direitos sobre o personagem, e segurando as HQs, sem lançar nada. Diacho!