Capitã Marvel (Capitain Marvel, EUA, 2019) ★★★
Cercado de algumas polêmicas e tendo dividido crítica e público, Capitã Marvel é um filme importante não apenas dentro da cronologia da própria Marvel nos cinemas, mas também sendo dez anos depois do inicio desse universo compartilhado o primeiro filme com uma mulher protagonista- que particularmente acho que deveria ter surgido antes! A fita se passa na metade dos anos de 1990 e coloca Carol Danvers, ex-piloto da Força Aérea Americana, desmemoriada achando que é de uma raça alienígena chamada Kree que tem vive em conflito com outra raça chamada Skrull. E sedo assim o palco-base está montado. Depois de um ataque Danvers é pega como refém pelos Skrulls para que possam retirar uma informação importante dela e que mesmo que ela ainda não saiba, tem a ver com seu passado. No frigir dos ovos, no meio de sua fuga ela acaba caindo na Terra e começa aí sim uma busca por conhecimento, crescimento e por sua verdadeira identidade.
O filme tem boas cenas de ação- algumas nem tanto por conta de direção- e sua passagem cronológica tem importância para o universo Marvel compartilhado, mas tem muitas falhas, principalmente em roteiro. O filme tem aproximadamente duas horas e mesmo assim é tão atropelado em algumas coisas que parece subestimar a inteligência do expectador. Claro, aquele mais afoito ou menos ligado em mecânica do cinema provavelmente nem vai perceber, mas há muitas incoerências e soluções tão simples que chego a questionar se esse roteiro passou pelo crivo da Marvel mesmo ou se estavam tão apressados pra fazer logo que resolveram deixar pra lá. Aliás, me impressionou a quantidade de roteiristas desse filme: são sete! Isso soa um problema pra mim- muita gente mexendo num único texto pode dar conflitos de coerência.
Uma das coisas que mais me incomodou foi a forma como colocaram Nick Fury: um bobão. Fora que mudaram a origem de algo importante no personagem pra uma coisa que acho que alguém dentro do estúdio deve ter se arrependido depois. Dá pra sentir também a inexperiência dos dois diretores num projeto tão grande e importante desse nível. Muita coisa saiu mecânico demais e isso é direção. Quanto a Brie Larson, acho que fez um bom papel. Muita gente criticou a atuação dela no filme, mas como a personagem é uma militar não precisa ficar sorrindo de dois em dois minutos ou fazendo piadinhas. A crítica negativa em cima da atuação dela foi exagerada.
É um bom filme. Está longe de ser um filmão, mas também não está nem perto de ser um desastre. É aquele filme médio que fica ali entre Doutor Estranho e Home-Formiga e a Vespa. Apesar da excelente bilheteria que está fazendo, vale lembrar que Homem de Ferro 3 fez uma bilheteria monstra e pra mim é o pior filme da Marvel Studios. Transformers sempre tem bilheteria alta e são filmes horríveis. Nem sempre bilheteria é sinônimo de que algo é excelente- o marketing e o hype funcionam a favor também. A Marvel agora terá tempo de trabalhar melhor a personagem nos próximos filmes e com certeza fará isso com maior esmero, principalmente no roteiro e irá buscar diretores mais experientes. Capitã Marvel veio para comandar a próxima leva de filmes Marvel e vai precisar de gente com mais experiência pra isso.
Direção: Anna Boden e Ryan Fleck
Roteiro: Meg LeFauve, Nicole Perlman, Geneva Robertson-Dworet, Liz Flahive, Carly Mensch, Anna Boden e Ryan Fleck
Elenco: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Annette Bening, Jude Law, Clark Gregg, Djimon Hounsou, entre outros
Estúdio: Marvel Studios.
Duração: 124 min.
TRAILER.
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