
Capa da Edição #01
É inegável o quanto (Grant) Morrison se mostra sempre um gênio onde muitos falham. Recentemente adquiri Grandes Astros Superman, de Morrison e Frank Quitely. Pra falar desse material sensacional, é preciso falar um pouco do escritor. Grant Morrison, escocês, vem tirando leite de pedra há tempos. Saído da revista inglesa 2000 AD (de onde saiu também o maluco Alan Moore), Morrison ficou conhecido por sua abordagem genial em Homem-Animal da DC comics em meados dos anos 80, escrevendo assim sua primeira HQ de linha para os EUA. Um personagem de segunda que ganhou notabilidade da imprensa especializada. De lá pra cá, o escritor vem colecionando apenas boas vitórias junto ao público, quer seja o leitor convencional de quadrinhos de super- heróis, quer seja usando seu cérebro para criar HQs dispares, como Kill Your Boyfriend (Como Matar seu Namorado), We3- uma HQ sobre 3 bichinhos de estimação que foram seqüestrados pelo governo americano e transformados em máquinas de combate (também com arte de Frank Quitely) ou numas das histórias mais emblemáticas do Homem Morcego, Asilo Arkhan, onde Batman se questiona sobre seus atos e coloca sua sanidade à prova.
Sou fã de Morrison desde que comecei a tomar conta de seu material. Um dos meus preferidos é Os Invisíveis, saído irregularmente no Brasil, mas que deve ser conhecido por qualquer um fã de uma boa ficção científica. Esse material, inclusive, causou certa polêmica nos Estados Unidos, pois Morrison acusou os Irmãos Wachowski de plágio em Matrix, pois as idéias batiam muito entre as criações. Mundos paralelos e um bando de párias tentando resgatar a realidade verdadeira. Grant é conhecido por seus arroubos de radicalização. O cara num brinca mesmo em serviço. Quando pegou a Liga da Justiça, tratou de colocá-los frente a frente com alienígenas, deuses, cientistas malucos...! E em seguida aloprou geral em X-Men, colocando inclusive Xavier apontando uma arma para a própria cabeça ameaçando-se de morte para num ter sua mente tomada, colocando Ema Frost ( A ex- Rainha Branca do Clube do Inferno) como integrante da equipe X e amante de Ciclope com forte apelo sexual e idéias pra lá de bizarras.
Colocado tudo isso, vamos ao título em questão, Grande Astros Superman. Nesta primeira edição, um show de simplicidade que se sobressai. A série Grande Astros (All Star nos EUA), vale ressaltar, que é uma espécie de resposta da DC Comics à linha Ultimate da Marvel. Quer dizer que é uma espécie de ´começando do zero sem precisar de fato zerar a cronologia oficial dos heróis´. A Marvel tem como carro chefe Homem- Aranha, X-Men e Vingadores (na linha Ultimate) e a DC está com Superman e Batman (com Frank Miller e Jim Lee) e para breve, Mulher Maravilha por Adan Hughes. O que vemos de bom, é que é tá tudo lá. Superman, Lois, Jimmy, Perry e Luthor como o vilão. Parece normal pra você, né? Pois quando você começar a ler, vai ter um Luthor preso e trabalhando pro governo ( e com a idéia de matar o Superman mais em alta que nunca), uma Lois ainda não casada com Clark (sem saber inclusive que ele é quem é), um Clark Kent bem desastrado e um Superman descobrindo novos poderes...e a possibilidade de uma morte eminente por conta do sol (a fonte de seus poderes). De cara em apenas UMA página, Morrison conta em quatro quadros, a vida inteira do Superman sem mais que 10 palavras. Em seguida as idéias surgem mais rápido do que- desculpem o trocadilho- que uma bala.
Uma leitura ótima. Cheia de possibilidades e que nos deixa com vontade de correr pra segunda. Se você tiver chance de adquirir esse material, pegue. Vale cada centavo.

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