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Mulher-Maravilha: Piloto (resenha seriados)

Por incrível que pareça, não é tão ruim quanto parece. Mas vamos partir do começo. Depois de todo reboliço que foi feito em torno do seriado da Mulher-Maravilha, passando pelo uniforme e pelo cancelamento antes mesmo de estrear, Mulher-Maravilha teve pelo menos um ponto positivo: a atriz Adrianne Palicki que vive a personagem título. Ela realmente consegue passar o que a Mulher-Maravilha é: uma personagem forte, determinada e decidida, mesmo que fique fazendo muitas caretas. O fato é que a série não decolou por um motivo simples, o que me deixa até intrigado. Veja bem: a ideia não é ruim. Muito pelo contrário, é até boa. O problema foi a forma como foi feita. Se atropelou. Foi com muita sede ao pote. Eu entendo que os produtores queriam mostrar serviço, mostrar que poderiam fazer um negócio legal sem precisar passar pela “enfadonha história de origem”. Esse talvez tenha sido o erro. Se por um lado todo mundo queria logo ver a personagem em ação, por outro lado defendo a ideia de que pra toda ação... há um começo, um princípio. Essa fase foi atropelada pela produção, tanto que quando o episódio piloto começa a gente pensa que já está no segundo episódio. É como assistir a segunda parte de um filme sem assistir o primeiro.
Na trama Diana Themyscyra vende sua imagem de “Mulher-Maravilha” para fazer dinheiro, e com esse dinheiro, bancar sua investida contra o crime da cidade de Los Angeles e seus vários jatinhos não invisíveis. Ela tem duas personalidades, que é de empresária da empresas Themyscyra (que leva seu “sobrenome”) e de Diana Prince, mulher simples que mora num apê simples. Seu principal alvo nesse primeiro episódio é uma empresária (Elizabeth Hurley) dona de uma empresa farmacêutica que altera produtos para criar super-soldados. Diana precisa provar que a mulher é uma farsa e para isso irá lutar contra bombadões, ameaçar alguns meliantes com o Laço no pescoço e até matar um ou dois capangas. Isso mesmo, aqui a Mulher-Maravilha mata, o que denota sua natureza Amazona, coisa que é inclusive parte de um diálogo onde fica claro que ela de fato não é daquele local e daquela vida “marqueteira”. Com apenas 42 minutos de duração, não dá pra dizer ao certo o que os produtores queriam mostrar, afinal, muita coisa sobre o passado da personagem, como chegou ali, e outros vilões, iriam surgir com o tempo, mas fica claro que a intenção dos produtores era mesmo reinventar a Mulher-Maravilha para um novo tempo.
A cópia é uma versão de exibição, por tanto, ainda está faltando vários retoques de efeitos e a imagem tá meio tosca, mas acredito que não seria tão ruim quanto muita gente vinha prevendo. Faltou foi um pouco de bom senso em alguns instantes. Tem horas que as lutas parecem que foram coreografadas por Power Rangers, mas o uniforme de calça não ficou ruim em Palicki, e por incrível que pareça, o uniforme de shortinho, esse sim, pareceu deslocado no meio dos marmanjos fortões que queriam arrebentar a cara da Mulher-Maravilha. No final eu mais gostei do que achei ruim. Tinha potencial sim para virar uma boa série de TV, mas faltou o toque de “quem entende do riscado”, isto é, super-heróis. O produtor David E. Kelley pode entender de seriados médicos dramáticos, mas meio que “cartunizou” a Mulher-Maravilha aqui. Poderia ter sido bom, mas ficou apenas no “poderia” mesmo.

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