Essas revistas eram a melhor coisa que existia para um fã de quadrinhos, séries e filmes. Numa época em que a Internet não existia como a conhecemos hoje, "revistinha" como Anime Do, Japan Fury, Comics Generation, HQ Mania, Animax, Heróis do Futuro e claro, a pioneira dessa onda toda, a divertida Herói, saciavam a fome por novidades dos aficionados. A mais bacana e conceituada era mesmo a Herói, revista que falava de tudo um pouco de forma resumida, em poucas páginas e a um valor bem baixo. Na época de Cavaleiros do Zodíacomania, a revista Herói era um oásis para os malucos pelo anime. Eu mesmo comprava, mas eu gostava mais das que davam preferencia a quadrinhos. Várias revistas surgiram com a mesma proposta, ainda que variassem um pouco o conteúdo. Algumas foram pra frente, outras ficavam no caminho como moscas envenenadas. A grande maioria dava mais atenção aos animes que estavam passando na TV aberta, o que chamava bastante a atenção dos sedentos fãs, principalmente os dos já citados Cavaleiros do Zodíaco. Eu particularmente, comprava tudo que saía em bancas. Mesmo que pouco depois eu abandonasse para adquirir apenas revistas específicas sobre determinados assuntos que me interessavam. Nem sempre Cavaleiros dos Zodíaco era o que me chamava a atenção, apesar de eu também ser muito fã na época. Algumas dessas edições criaram fãs que absorviam o formato dos redatores de escrever e consequentemente, bordões e gírias eram incorporados no vocabulários dos nerds emergentes. Além dos animes, o povo estava muito curioso pela Image Comics e por eventos relacionados a DC e Marvel numa época desesperada por atenção.
Outras mídias como as séries eram bastante abordados, ainda mais com as mais amadas naquele momento como Arquivo X e derivados. A grande maioria tinha de se contentar em conhecer apenas aquilo que estava em suas visões, no caso, o que era mostrado por TVs abertas e editoras de mercado- ao contrário de hoje, cujo advento da Internet possibilita os fãs a buscar suas séries, filmes e quadrinhos preferidos na grande rede.Mas essas pioneiras e guerreiras revistas feitas de fãs para fãs, ainda serão bastante lembradas por anos. As pessoas escreviam cartas, pediam matérias, comentavam nas sessões reservadas a perguntas de forma ferrenha, no entanto, eram limitadas a um lento processo de respostas e mais perguntas mensais deslocadas por cartas que deveriam ser filtradas pela redação. Hoje os fóruns, até mesmo no Facebook, fazem tudo isso, mas em tempo real, o que acaba deixando editoras e redatores em saia justa ou temerosos. Apesar de algumas limitações, as revistinhas informativas eram bacanas. Tinham uma grande importância num período de pouca informação. Revistas como Wizard Brasil (Globo e Panini), Sci-Fi News e a mais atual e contextualmente inteligente, Mundo do Super-Heróis estiveram (ou está no casso dessa última) em patamar mais bem elaborado. Acho que por um bom esse tipo de revista terá sempre um público, pelo menos por ora.
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