Se gerou muita expectativa sobre o filme animado Batman- A Piada Mortal (Batman: The Killing Joke, 2016) que adaptara a celebre HQ escrita por Alan Moore e com arte de Brian Bolland editada em 1988. Até pouco tempo seria "apenas mais uma adaptação", mas o fato de haver uma cena de sexo entre o Batman e a Batgirl acendeu uma discussão entre os fãs. Tal cena não existe no quadrinho homônimo. Eu particularmente achava que era só um boato, mas a coisa toda existe mesmo no longa. Enfim, no frigir dos ovos, a tal cena faz parte de meia hora de animação que não existe na HQ original e mostra alguns efeitos de como o envolvimento com o Batman influencia Bárbara Gordon a deixar o manto. Talvez isso tenha sido uma forma de aumentar o tempo da fita, pois a Piada Mortal mesmo na animação deve ter uns 40 a 45 minutos. O trecho "extra" serve para fazer o filme "durar mais". A cena de sexo tá lá, no entanto ela até começa na "pegação", mas fica de lado rápido. Não sou fanboy pra ficar nhé-nhé-nhé, mas foi uma adição sem peso, pelo menos pra mim. Quando a Piada Mortal realmente começa com a conversa entre o Coringa e o Batman no Arkham, até a parte técnica dá uma melhorada. De resto não tem muitas surpresas. É igual a Graphic Novel de papel. Bom filme.
NOTA: 8,0
Zootopia (Zootopia, 2015) é um filme que eu nem tava levando em consideração. Quando comecei a ver as artes promocionais, passou batido pra mim. Mais bichos falantes tentando fazer o certo depois de falharem em algum momento. Ando ficando senil, eu acho. Muitas vezes essa metáforas e metalinguísticas usadas em filmes infantis acabam por acertarem como uma "lição" a ser absorvida e faz com nós, como "adultos desenvolvidos" possamos enxergar valores de forma bem simples. Com uma singela abordagem, vemos que em qualquer que seja nossa vida, estamos sujeitos a intolerância e a uma mecânica imposta por uma sociedade de valores a serem questionados. Claro que no filme da Disney isso é um artífice polido, mas que faz com que uma criança observe de forma simples como podemos ser melhores que meros rótulos. O mais legal de tudo é que ainda tenha todos esses temas embutidos, a animação corre muito bem, com um humor sensacional e com valores distintos. Uma das melhores animações do estúdio que assisti nos últimos anos.
NOTA: 10,0
Enigma do Horizonte (Event Horizon, 1997) eu lembro de ter assistido pela primeira vez em VHS. Lembro que as revistas da época (num período sem a internet como a conhecemos hoje) noticiaram que o filme foi bem mal avaliado, dando como um fracasso. Hoje, no entanto, o longa é um cult da ficção científica e tem a seu favor teorias e efeitos que fazem sucesso nos filmes atuais como a relatividade, metafísica, buraco negro e dimensões paralelas. Nada inédito (mesmo para 1997), mas muito mais difundido nos dias de hoje. O longa tem um pouco de muita coisa. Bebe da fonte de Alien, Solaris e 2001, mas nada tão filosófico ou genioso. Apesar dos arroubos de inteligência, o filme fica mais no terror trash, ainda que tenha ótimas passagens sobre o multiverso e a singularidade. Na trama uma nave de resgate busca a Event Horizon que ficou perdida e a USAC Lewis & Clark vai em seu encalço. Ao chegar na misteriosa e moribunda nave gigante, os tripulantes começam a ter alucinações mortais o que causa uma ruptura dentro da equipe. Com menções a física quântica e até mesmo ao inferno, Enigma do Horizonte é um daqueles filmes que te surpreendem por você não esperar nada. Um detalhe interessante é a explicação do cientista sobre viajar na velocidade superior a da luz numa dobra espacial e a explanação é a mesma que Christopher Nolan usa em Interestelar com uma folha de papel dobrada ao meio.
NOTA: 7,5
Rocky IV (Rocky IV, 1985) é um filme preso à sua época, no entanto, é considerado um dos melhores da franquia. Eu adoro o primeiro filme. O segundo é meio que um repeteco do primeiro e o terceiro um novo desafio. Mas o quarto filme é diferente. Nada da Filadélfia. Nada de "Gonna fly now". Aqui é "Eye Of The Tiger". Rocky Balboa está realmente firmado como o maior lutador de boxe dos pesos pesados e no meio da Guerra Fria entre Estados Unidos e a velha União Soviética, dois pugilistas colocariam suas nações em uma guerra metafórica. Se no terceiro temos a morte de Mickey durante a luta contra Clubber Lang, dessa vez é Apollo Creed que empacota, e de forma bem mais dramática quando o grandalhão Ivan Drago o abate no meio do ringue. Caindo na real, Rocky parte para a União Soviética e começa um treinamento na fria terra de Mikhail Gorbachev. Em 1985 o simbolismo entre as duas nações era muito forte e dá pra sentir isso no filme logo na abertura da fita, ainda que de forma não tão agressiva. Stallone estava em seu auge com com Rambo e Rocky, fora outros filmes de ação de sucesso. O mais interessante é que o quarto filme da franquia é um divisor de águas que faz com os filmes seguintes tenham ramificações dramáticas.
NOTA: 8,5
Comentários
Event Horizon tá na minha lista faz é tempo, p assistir. Também quero ver Solaris.
Rocky, o único que assisti depois de criança, foi o primeiro, e achei massa. Seria bom um dia realmente parar e dar uma olhada de novo. Sempre fui mais fã do Schwarzenegger do que do Stallone, mas Rocky é o personagem dele que eu mais gosto. Vale a pena rever.