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Especial Hayao Miyazaki: A Viagem de Chihiro


A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi, 2001)
Direção: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki
Elenco (voz): Rumi Hiiragi, Miyu Irino, Ryunosuke Kamiki, Mari Natsuki, entre outros
Estúdio: Ghibli
Distribuição: Disney (para o mundo)
Duração: 124 minutos
A Viagem de Chihiro é sem dúvidas um dos maiores divisores do cinema de animação japonesa dentro dos Estados Unidos e com certeza, um dos mais aclamados no mundo. Dirigido por Hayao Miyazaki, o mestre da animação no Japão, Spirited Away (como ficou conhecido nos Estados Unidos), ganhou o Urso de Ouro em Berlin e o Oscar de melhor animação na terra do Tio Sam ambos em 2003. E toda essa pompa faz jus aos prêmios? Sim. A Viagem de Chihiro é um daqueles filmes que são feitos com detalhes, com nuances cinematográficas que apenas gênios da Sétima Arte conseguem exprimir. Hayao Miyazaki é um desses cineastas que estão dentro de um seleto grupo de pessoas que não filmam algo, eles criam arte! Com uma fotografia muito bonita, cenários exóticos e um texto tocante ao mesmo tempo que forte, e fundo musical de Joe Hisaishi (companheiro de composição de Miyazaki), A Viagem de Chihiro encantou o mundo, tanto que a Disney fez questão de trazer para os Estados Unidos e fazer todo um trabalho minucioso de tradução e adaptação, assim como de divulgação. O filme colocou o Studio Ghibli (do próprio Miyazaki) em evidencia para o mundo. Entre otakus e fãs de animação japonesa e geral, o Studio Ghibli e Hayao Miyazaki sempre foram vistos como sinônimo de qualidade ímpar, mas apenas com A Viagem de Chihiro foi que essa certeza se expandiu para o mundo.

Na história a jovem Chihiro Ogino ao viajar com seus pais para uma nova casa, pegam uma rota errada e acabam num túnel misterioso. Ao ficarem curiosos, os pais de Chihiro somem e viram... porcos! Com a jovem mimada e medrosa acaba se deparando com um cidade aparentemente fantasma, mas o que ela encontra mais a frente irá mudar sua vida para sempre e a jogará numa aventura espetacular, ao mesmo tempo que perigosa. Todos os elementos comuns aos filmes de Hayao Miyazaki estão lá, como a interação com espíritos diversos e de conhecimento muitas vezes até mesmo bizarro. Com tomadas longas em sequencias de tirar o folego, o diretor consegue transcender a barreira entre a personagem e seus medos, cujo crescimento e amadurecimento são testados quase que o tempo todo. Acho que essa metáfora sobre vida e responsabilidades em que o filme adentra, ainda que de forma sutil e cuidadosa para que não pareça uma peça enfadonha, coloca A Viagem de Chihiro entre um dos filmes mais aclamados de crítica e publico. Uma das coisas que se percebe é o cuidado clínico com o cenário todo pintado a mão de uma sensibilidade visível.

Um filme de 2001 que só entrou em evidencia por conta do  Festival de Cinema de Berlim, talvez tivesse ficado relegado apenas a fama marginal como foi o antecessor filme de Miyazaki, o espetacular (e violento) Princesa Mononoke (1997). Isso mostra o quanto o Ocidente ainda não consegue perceber que existe muito mais fora do filão de Hollywood e isso pode se estender até mesmo aos dias hoje. No Brasil A Viagem de Chihiro com todo o holofote que teve, acabou indo aos cinemas. Foi o primeiro filme do Studio Ghibli a ganhar a telona por aqui fora de pequenos encontros e festivais locais. Hoje os filmes do estúdios estão disponíveis- pelo menos até a presente data dessa postagem- apenas em blu-ray pela Livraria Cultura em boxes exclusivos. Seja como for, Studio Ghibli é sim um dos melhores filmes animados já produzidos, regado a fantasia e aventura e que merece sua atenção.

NOTA: 10,0

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