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Mangás: vale a pena comprar?

Lá em novembro de 2000 a Conrad editora lançou em bancas dois mangás e não foram qualquer coisa. Foi de cara Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco. E mais: no sentido de leitura original, isto é, da direita para a esquerda! Isso foi inédito no Brasil. Naquela época, dois animes em evidencia (e mesmo nos dias de hoje) e começou toda uma era para os fãs no Brasil. Até o mangá nunca tinha sido tratado da forma que a Conrad fez. Outras editoras como Globo e Sampa já haviam editado por aqui, mas de forma quase despercebida pela grande maioria dos leitores e com títulos que apesar de famosos, não eram de grande conhecimento amplo... e olha que tinha Lobo Solitário nessa parada. De lá pra cá editoras como JBC e Panini, as duas maiores do seguimento, investiram pesado na edição mangás, pois o filão tem seguidores fieis, mesmo em época de crise. O leque de títulos em bancas hoje é muito vasto e com certeza o maior de todos os tempos, para todos os gostos e bolsos. Fazem muito sucesso, pois o Brasil sempre respirou isso. Títulos famosos e outros nem tanto, fazem o leitor todos os meses ir a banca para pegar seu mangá favorito. Mas até onde vale realmente acompanhar um mangá? Eu mesmo me fiz essa pergunta, pois acompanho alguns e hoje me sinto "refém" dessas publicações. Como assim "refém"? Bem, quem acompanha sabe que simplesmente não se começa um título, para na metade e depois se volta. O mangá ele é contínuo e tem começo, meio e fim.

Apesar dele ter fases, a continuidade é atada de uma forma que você precisa continuar comprando para ter toda aquela história. Não é como comprar um título do Batman, Homem-Aranha ou Tex onde você pode "abandonar" por um tempo e depois voltar. O mangá mais longínquo que peguei foi Dragon Ball com 42 edições. Isto é... quase quatro anos colecionando sem parar. Eu tinha que ter aquela grana X todo mês para poder comprar Dragon Ball ou eu me perderia naquela divertida saga, apesar de ser alocada em fases. O fato é que percebi logo que comprar mangás, manter meus títulos mensais e às vezes comprar encadernados estava saindo muito caro pra mim. Então, eu enxuguei algumas coisas e os títulos mensais DC e Marvel foram pro brejo, afinal, as revistas mix tem HQs ruins misturadas com boas e medianas o que torna às vezes aquele título mais caro até por questão do que você realmente está pagando.

O mangá, no entanto, ele é firme. Você compra exatamente o que paga. Não muda de roteirista ou artista. Mas isso também pode ser chato. Nos quadrinhos americanos você tem mais variedade. Às vezes novos roteiristas ou desenhistas te fazem se interessar por algo que já estava repetitivo. No mangá é a mesma pessoa sempre e se a qualidade mudar pra pior na metade da coleção... ou você para e vende ou vai até o fim. Nem todo mangá se mantém em bom nível e um exemplo recente que tive foi com Yu Yu Hakusho onde o trabalho tem altos e baixos constantes, mas eu já havia completado a coleção toda, então...! No entanto, isso nem sempre é uma regra. Mangás diversos têm qualidades díspares. Depende muito do gosto do leitor e do tema a ser abordado. Atualmente eu tenho evitado novas coleções e me restringindo a apenas materiais realmente de interesse genuíno. Algumas coleções que tenho eu "comprei por curiosidade" ou coisa assim, mas hoje tenho refletido melhor e a grana "investida" em mangás é muito alta para estar comprando qualquer coisa. Tenho mangás hoje que se saíssem agora eu não pegaria, mas já estão na minha coleção. Por que digo: se vai colecionar mangás tenha em mente ser realmente aquilo que quer, pois são séries que em geral te prendem por muito tempo e exigem um investimento considerável tendo em vista que o preço mais em conta de um mangá é de R$ 13,90 com média de 190 páginas, papel Pisa Brite (jornal) e capa simples. E cara... são muiiiitos títulos em banca.
 

Comentários

Little Ton disse…
Mangá é um grande investimento msm, e nem sempre é bom. Yuyu Hakushô eu sempre te avisei, né, rs. Mas tem coisas que a gente precisa conferir por si próprio. Eu tenho várias coleções de mangá, mas é principalmente material "antigo", coisas da década passada. Apesar da enxurrada de títulos que temos hoje em bancas, livrarias e comic shops, eles seguem aquela regrinha de que a maioria é um lixo ou coisa mediana, mais do mesmo. Tem sim que dar uma bela peneirada, afinal a gente não acha dinheiro no chão todo dia.
Hoje, tanto por questões financeiras quanto de falta de interesse no que vem saindo, não acompanho nenhum mangá que esteja em publicação. A maior parte é mesmo aquele material adolescente, e enjoa, ou não atrai por um motivo ou outro. E eu gosto de material adolescente... mas, principalmente, material adolescente "do meu tempo", hehe! Cavaleiros do Zodíaco, por exemplo. É um festival de bobagens e clichês, mas na época em que eu acompanhava era massa, e era novo. Às vezes dá impressão de que a gente já leu tudo que tinha pra ler. Isso é chato, mas é econômico, e deixa grana reservada para material mais importante.
Dos mangás que ainda tenho pra completar, queria continuar One Piece, Bleach, Lobo Solitário e Love Hina (só falta o vol.3 da versão nova). E se a grana estivesse sobrando, queria a nova versão de Samurai X e Berserk, já que as antigas tão ficando baqueadas, as bichinhas. De material atual, seria 20th Century Boys, que li a té o 10. E um completo do mesmo autor, Monster. De resto, não me vejo comprando mais mangás. Mas torço pra que venham coisas boas (seinen, de preferência!) por aí.
EdPontes disse…
Hoje só compro pra fechar as coleções em aberto. Nada me interessa em bancas por ora...