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Homem-Aranha: No Aranhaverso (resenha cinema)

Homem-Aranha: No Aranhaverso (EUA, 2018, 117min.) 

A Sony vinha patinando com o Homem-Aranha e depois da franquia de Sam Raimi, tentou um recomeço que saiu meio morno com Marc Webb, sem conseguir repetir o sucesso dos filmes anteriores. Então, passou a bola para a Marvel e o resto da história nós sabemos. Mas o estúdio não desistiu do herói e vem investindo de forma paralela. Primeiramente com os vilões vide aí Venom e futuramente Morbius. Mas aí os caras foram espertos e resolveram utilizar o Homem-Aranha novamente, mas agora em uma animação. E quer outro acerto? Miles Morales! Um das criações mais assertivas dos últimos anos dos quadrinhos.

O Homem-Aranha que surgiu no universo Ultimate- uma realidade paralela- fez tanto sucesso que foi incorporado no universo tradicional da Marvel. E aqui os produtores conseguiram vender essa estória não apenas para eles mesmos, mas o público também, afinal, quem é Miles Morales? Para a grande maioria dos seus espectadores é um personagem que ninguém conhece, apenas os fãs de quadrinhos sabem quem ele é. Mas ainda assim o filme é tão bem desenvolvido, tão envolvente que muita gente vai querer saber quem é Miles Morales daqui pra frente.


Trama (spoiler leve)

A estória mostra que o vilão Rei do Crime da realidade de Miles quer "reviver" sua família que morreu num acidente de carro do qual ele se culpa. Para isso o vilão cria uma máquina capaz de atravessar realidades. Acontece que o Homem-Aranha (desse universo) entra em confronto com ele e no meio disso tudo está o jovem e inexperiente Miles, que acabara de ser picado por uma aranha radiativa e buscava respostas quando esbarrou no Homem-Aranha enfrentando o Gatuno e Wilson Fisk. A coisa é frenética a partir desse ponto e não acaba nada bem. Miles presencia uma cena chocante e é caçado pelo Gatuno, mas consegue escapar. No entanto, agora ele tem uma missão: destruir a máquina de quebrar realidade de Fisk.


A coisa se complica quando outros Aranhas de realidades alternativas a de Miles Morales se juntam a ele, entre os heróis um Homem-Aranha amargurando e Gwen Stacy (como  Spider-Gwen) tentam ensinar ao novo futuro herói como usar seus poderes e o que significa carregar os dons, mas o tempo é limitado, pois todos eles serão obliterados da realidade de Miles caso não voltem para os seus respectivos universos e para isso precisam encontrar a máquina do Rei do Crime, passar pelo portal e em seguida, alguém precisa destruí-la.

O enrendo fala sobre um dos temas mais recorrentes de todos dos quadrinhos do Homem-Aranha: Grandes poderes e grandes responsabilidades. Com uma pegada rápida, juvenil e ao mesmo tempo muito sóbria, Aranhaverso é um acerto do começo ao fim. Não consigo mensurar nada que destoe a ótima química desse filme. Divertido, com muita ação, momentos emocionantes e uma animação muito bonita. E várias homenagens e easter eggs. Vale caçar cada um deles ou pelo menos o máximo que você conseguir encontrar.


Aranhaverso é uma fita que vai agradar aos fãs, aos não-fãs e qualquer um que tenha a inteligência de assisti-lo. A direção conduzida por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman é segura, sabe onde acertar e consegue carregar tudo com muita segurança. Uma baita surpresa e espero que mais coisas assim apareçam nas telonas, não só do lado da Marvel- aqui conduzido pela Sony- mas de outras editoras também. Afinal, temos muitas coisas boas nos quadrinhos que dariam filmes para o cinema com a mesma qualidade. É questão de saber acertar o tom e Aranhaverso acerta com maestria.


Homem-Aranha: No Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, 2018)
Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman
Roteiro: Phil Lord e Rodney Rothman
Elenco (vozes originais): Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Jake Johnson, Liev Schreiber, Nicolas Cage, entre outros.
Estúdio: Sony e Columbia Pictures
Duração: 117 min.

TRAILER.

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