


A Corporação lembra sim Os Supremos, HQ tipo super realista de super-heróis da Marvel numa linha paralela. Super grupo mega foda envolvido em brigas políticas. Tá tudo lá, emulado como se fosse alguma coisa feita por Mark Millar. Até a capa da primeira edição lembra bastante a arte de Bryan Hitch, o desenhista de Supremos. Eu queria poder dizer que a coisa muda e fica só na impressão, mas não. De fato a fonte “bebida” é mesmo Os Supremos. Seria um ponto negativo até, mas acaba não sendo, porque a história é muito bem contando, indo e vindo em diferentes pontos para contar um pouco dos personagens que fazer as edições. A trama é bem nesse esquema de suspense, meio Jason Bourne, traições, super cenas de ação foda e coisas assim. Mas ao contrário dos Supremos, A Corporação não trabalha para um governo, ela trabalha pra quem pagar mais. E outra sacada interessante foi essa de não se limitar a um espaço, deixado a HQ bem livre pra rodar pelo mundo.

Uma coisa que parece que os roteiristas nacionais têm medo, e os desenhistas também, é de contar uma história de super-heróis no Brasil. Acham que o cenário é, sei lá, pobre. Não casa com a idéia. Poucos são os que tentam. E quando tentam ou fica com cara de que parece que foi feito por um estrangeiro ou fica logo com cara de quadrinho estadunidense, mas se passando no Brasil. Esse é um fato curioso, mas que aí já mereceria outra explanação que não caberia aqui. Não agora. Mas em A Corporação, os criadores foram espertos e criaram algo que rola tanto no Brasil como no resto do mundo. Não ficaram presos ao “local”. Gostei da forma como armaram a trama e amarram a mesma. A arte da primeira edição também é muito boa com Arabson de Assis na arte interna. Já da segundo edição ficou por conta de Luciano Feijão, com uma arte fraca em comparação a de Arabson, mas ainda assim, cumprindo seu papel de contar a história. Como eu disse, muito melhor que muitas HQs que já vi por aí. Merece até uma edição impressa. Muitos criadores poderiam tentar aprender um pouco com isso aí. A revista é mensal e tem em média 22 páginas.


(Na primeira arte acima, uma página interna de A Corporação. Abaixo, Os Supremos)
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Comentários
adoraria saber da sua opinião sobre a 3a edição da Corporacao (www.oi.com.br/quadrinhos)
abs grande
alvaro campos