Pular para o conteúdo principal

A Corporação #01 e #02- Resenha Quadrinhos

(Capa da edição #01 por Jean Diaz)

Uma grata surpresa vinda da operadora Oi. Pegando muita gente de surpresa, a Oi colocou no ar sua HQ online chamada apenas de A Corporação. Eu mesmo achei sem querer quando vi a notícia num flog de um amigo, mesmo antes de outros sites especializados em quadrinhos divulgarem a notícia. Vale dizer que sou mesmo um chato. Eu não curto muito HQs online. Não gosto de ler nada no monitor. Não tem graça. Gibi pra mim tem de ser no papel, levinho, pra levar pra onde quiser e folhear indo e voltando sem precisar clicar em nada. Poucos sites de HQs online de fato me interessam, como é o caso do HQNado, por exemplo. Respeito muito esse projeto e as pessoas que estão envolvidas. Eu mesmo já editei uma HQ ali com o amigo Cleiber Vieira..
Mas A Corporação acabou me prendendo. Me fazendo parar para ler mesmo que nesse formato que não gosto. E não me arrependi. É um ótimo trabalho. Aliás, é um dos melhores trabalhos nacionais em todos os sentidos que pude acompanhar. Já li muita HQ nacional, quer seja online ou em papel, e esse A Corporação está num patamar bem superior, a começar pelo roteiro muito bem (até aqui) bolado. A história é escrita por Alvaro Campos e Fernando Azevedo, que parece que fizeram escola com Mark Millar no formato de se contar uma história e isso foi um puta elogio.

A Corporação lembra sim Os Supremos, HQ tipo super realista de super-heróis da Marvel numa linha paralela. Super grupo mega foda envolvido em brigas políticas. Tá tudo lá, emulado como se fosse alguma coisa feita por Mark Millar. Até a capa da primeira edição lembra bastante a arte de Bryan Hitch, o desenhista de Supremos. Eu queria poder dizer que a coisa muda e fica só na impressão, mas não. De fato a fonte “bebida” é mesmo Os Supremos. Seria um ponto negativo até, mas acaba não sendo, porque a história é muito bem contando, indo e vindo em diferentes pontos para contar um pouco dos personagens que fazer as edições. A trama é bem nesse esquema de suspense, meio Jason Bourne, traições, super cenas de ação foda e coisas assim. Mas ao contrário dos Supremos, A Corporação não trabalha para um governo, ela trabalha pra quem pagar mais. E outra sacada interessante foi essa de não se limitar a um espaço, deixado a HQ bem livre pra rodar pelo mundo.

Uma coisa que parece que os roteiristas nacionais têm medo, e os desenhistas também, é de contar uma história de super-heróis no Brasil. Acham que o cenário é, sei lá, pobre. Não casa com a idéia. Poucos são os que tentam. E quando tentam ou fica com cara de que parece que foi feito por um estrangeiro ou fica logo com cara de quadrinho estadunidense, mas se passando no Brasil. Esse é um fato curioso, mas que aí já mereceria outra explanação que não caberia aqui. Não agora. Mas em A Corporação, os criadores foram espertos e criaram algo que rola tanto no Brasil como no resto do mundo. Não ficaram presos ao “local”. Gostei da forma como armaram a trama e amarram a mesma. A arte da primeira edição também é muito boa com Arabson de Assis na arte interna. Já da segundo edição ficou por conta de Luciano Feijão, com uma arte fraca em comparação a de Arabson, mas ainda assim, cumprindo seu papel de contar a história. Como eu disse, muito melhor que muitas HQs que já vi por aí. Merece até uma edição impressa. Muitos criadores poderiam tentar aprender um pouco com isso aí. A revista é mensal e tem em média 22 páginas.

(Na primeira arte acima, uma página interna de A Corporação. Abaixo, Os Supremos)

Clique AQUI para ler a edição#01
Clique AQUI para ler a edição#02

Comentários

Unknown disse…
Caro pessoal do Bueiro,
adoraria saber da sua opinião sobre a 3a edição da Corporacao (www.oi.com.br/quadrinhos)
abs grande
alvaro campos