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[REC]- Resenha Cinema

Eu sempre me considerei um chato. Quem tem costume por passar aqui de repente e ainda tem paciência para ler o que escrevo, deve tá acostumado com a palavra “chato”. Sou meio sínico pra avaliar as coisas. Vezes empolgado, vezes nojento. O que sei é que não gosto de filmes de terror. Não os de agora, tão apeladores. Detesto aquela temática de sempre ora com duzentos quilos de efeitos especiais pra iluminar o telão, ora a apelação de “meninazinha- dominada- pelo- capeta- que- vomita- e- emite- grunhidos- animais”. Me poupe, chapa! Filme pra Zé Mané. Esses filmes me dão sono e por vezes, começo a rir de tão tosca as emulações e maquinações do medo no subconsciente das pessoas. Nos últimos tempos, apenas alguns filmes me causaram alguma calafrio. Sexto Sentido, Os Outros, Bruxa de Blair e... hmmm... não lembro de nenhum outro. Claro que os clássicos como O Exorcista, Poltergueist, A Hora do Pesadelo I, Sexta-Feira 13 Parte 2, mas são filmes dos anos 80, que apostavam no horror grosseiro, sem muito efeitos em CGI, que acaba com qualquer filme de terror. Bem, por sorte [REC] não sofre desse mal. Muito pelo contrário.
O filme espanhol bebe da fonte de filmes como o já citado Bruxa de Blair e o recente Cloverfield, com uma visão em primeira pessoa visto de uma câmera. Até aí, nada de muito fantástico, se não fosse a forma como os diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza (que também assinam o roteiro) conduzem a fita. Eu não nunca tenho medo de filmes de terror. Não esses de hoje, com exceção dos já citados. Mas admito que [REC] me deixou bem tenso. O filme conta a história de um programa de TV fictício em Barcelona que acompanha durante a madrugada o trabalho local do corpo de bombeiros. O que parecia ser uma matéria chata no começo, se transforma quando uma chamada é realizada e os bombeiros têm de atender uma senhora num prédio que está conturbada com um comportamento violento. O fato é que acabam preso no local junto a acontecimentos macabros e presos no recintos sem poderem sair. O filme não fica só no visual. Ele traça um esquema bem denso e tenso entre os personagens. Cria todo um ambiente que te faz acreditar que algo pode pular em cima de você a qualquer minuto. Há um desgaste físico e psicológico muito forte que vai além dos seres que os atacam.
A atriz e apresentadora Manoela Velasco é uma pessoa que consegue passar todo o drama local de sua personagem e envolve completamente o espectador. Além de uma tremenda gatinha e com muito carisma. Ponto pro filme. Os momentos finais do filme são muito, muito tensos. Eu assisti me contorcendo todo sem querer olhar diretamente pra tela. Foda. Muito foda! O filme é de 2007, mas só agora, não sei por que cargas d’água só agora aporta no Brasil. Acredito que logo estará em DVD. Uma versão estadunidense já foi produzida chamada Quarentena. Eu vi o trailer e sinceridade, prefiro a versão espanhola. Não gosta daquela cara “Prepare-se para...” e por aí vai. Bem, fica a dica então. Um grande filme de terror que vale a pena ser assistido no cinema com uma sala bem gelado com apenas um punhado de pessoa. E sozinho.
[REC] (Espanha, 2007)
Direção: Jaume Balagueró e Paco Plaza
Elenco: Vicente Gil, Manuela Velasco, Manuel Bronchud

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