O filme de 180 minutos do cineasta Abdellatif Kechiche é um verdadeiro show de... cenas longas. Bem, sei que o que chamou muito a atenção do grande público foi o relacionamento gay entre as protagonistas, mas boa parte do tempo o filme tem longas tomadas em close de gente comendo de boca aberta, dormindo de boca aberta, andando, e diálogos longos e sem uma objetividade clara de sua justaposição. O filme de mais de três horas de duração caberia em uma película ágil e menos cansativa de uma hora e meia já com os créditos. Se tem uma coisa que não gosto muito são de rodeios. Como criador que sou, quando escrevo minhas HQs ou roteiros em geral, tento ser objetivo, sem perder o foco ou dar profundidade aos meus personagens. Admito que me aborrece não ter conteúdo significativo entre as tomadas de um filme (ou uma HQ, livro, série, etc) e isso me leva ao sono, que por sua vez, me leva a não prestar tanta atenção. Azul é a Cor Mais Quente foi vencedor da Palma de Ouro em Cannes, ainda que tenha causado algum desconforto e polêmicas por conta das cenas quentes de sexo, mas pra mim isso não quer dizer tanto assim. As duas atrizes que interpretam a dupla de protagonistas, Adèle Exarchopoulos (como Adèle) e Léa Seydoux (como Emma) foram a público afirmar que não voltariam a filmar com Kechiche nunca mais por conta de vários problemas durante as filmagens, muitos deles de caráter abusivos. Agora sinceramente? O filme não é ruim, só é longo. E o pior: não é longo e interessante, mas longo e tem várias passagens vazias e desnecessárias. Esse é o problema desse filme. Um filme de mais de três horas que caberiam na metade do tempo e até com mais dinamismo. Até o trailer é mais intenso que o filme! O longa é baseado em uma HQ do mesmo nome.
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