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X-Men - Dias de um Futuro Esquecido (resenha cinema)

Mexer com os X-Men é mexer com um vespeiro. Seus fãs não aceitam nada menos que "perfeito". O grupo de mutantes da Marvel nos quadrinhos tem uma cronologia extensa e bastante confusa e que provavelmente não encontrará solução aparente, apenas fases de recomeço do meio da estrada. Parece que os filmes da franquia que se iniciaram lá em 2000 com X-Men estão seguindo o mesmo caminho. Depois do ótimo Primeira Classe, a Fox tentou dar um passo maior que a perna, chamou Bryan Singer de volta e acredito que teve o produto que pediu, no entanto, Dia de um Futuro Esquecido é um filme muito bem produzido, com ótimos efeitos e cenas de ação bem coreografadas, porém, mexer com viagem no tempo tem lá seus deslizes. No caso de X-Men vários! Se o problema fosse só esse, eu não deixaria passar, mas aliviaria a trama de apenas dois atos. X-Men tem dois atos distintos: passado e futuro. E nesse interim há diversos problemas cronológicos, principalmente com a Mística! Lembra de Star Wars- Episódio III e Star Wars- Episódio IV onde C3PO e R2D2 ficaram deslocados entre a trilogia clássica e a trilogia nova por conta de Darth Vader/Anakin Skywalker? Pois! Acontece algo muito parecido aqui com a Mística. Se ela tem muito peso e importância moral e sentimental em Primeira Classe e Dias de um Futuro Esquecido, ela parece ter perdido tudo na primeira trilogia e pior: passou a ser apenas um peão para se ter boas cenas de ação. E só.

Veja bem: a franquia dos X-Men na Fox tem três filmes cronológicos: X-Men (2000), X-Men 2 (2003), X-Men 3 (2006), X-Men Origens: Wolverine (2009) que se passa no passado do mutante e já tinha Charles Xavier adulto vivido por Patrick Stewart em uma participação rápida, e X-Men: Primeira Classe (2011). Wolverine Imortal (2013) não tem paralelo significativo.Vale lembrar que em  X-Men Origens: Wolverine a Rainha Branca tem uma participação rápida como uma criança e o mesmo filme se passa quase na mesma época em que rola X-Men: Primeira Classe (que tem uma Rainha Branca já bem adulta) e Xavier em Wolverine é vivido por Patrick Stewart, e paralelamente, vivido por James McAvoy em Primeira Classe... QUE... pouco depois tem um Xavier vivido novamente por Stewart em X-Men 3 na década de 1960... QUE... se passa quase no mesmo período de X-Men - Dias de um Futuro Esquecido e tem o mesmo personagem vivido por... James McAvoy! Bem, essa confusão toda é digna mesmo de X-Men! Samba do crioulo doido? Não! Fruto de uma esculhambação cronologia em nome da grana.

Claro, tudo isso não é nada para os fãs. O negócio é ver o Wolverine "fazendo o melhor que sabe fazer". Mas confusões cronológicas a parte, Dias de um Futuro Esquecido baseado num arco de histórias concebido por Chris Claremont e John Byrne nos de 1980, é um filme bem dirigido, com um bom texto e boas interpretações. E o melhor: o Wolverine não é o centro das atenções! Aliás, o filme tem vários protagonistas e todos tem seu espaço muito bem divido. E isso denota maturidade aos roteiros da franquia que em geral, coloca-se os holofotes no personagem do Wolverine. Apesar de não ter o mesmo volume elétrico de Primeira Classe dirigido por Matthew Vaughn, que conseguiu unir com muita maestria ação e diálogos, Dias de um Futuro Esquecido tem boas passagens com diálogos bem construídos, mas a ação propriamente dia fica mesmo regrada ao final. Destaque para a participação do Mercúrio! Muito boa, por sinal! Aos fãs fica aí também as presenças de Mancha Solar, Apache, Blink, Bishop e o retorno da Tempestade, Colossos e Homem de Gelo, dessa vez muito mais legal e bem mais fiel aos quadrinhos. Só senti falta de novo do Ciclope, um dos personagens mais importantes dos quadrinhos. Bem, seja como for, Dias de um Futuro Esquecido não é um grande filme, mas é sim um bom filme e muito bem filmado. Bryan Singer entende bem os mutantes da Marvel e parece ter sorte com eles. Depois de X2 Singer só se envolveu em filmes bomba! X-Men: Apocalipse tá prometido para 2016! 

Nota: 7,0

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