Apesar do mercado norte-americano ser o "predominante" no Brasil, ainda existe vida inteligente nas livrarias para salvar o fã de um quadrinho mais rebuscado. O quadrinho europeu é conhecido por sua qualidade nos enredos, que em sua grande maioria, foge do padrão super-heroico da terra do Tio Sam. Apesar de pouco, o material da Europa existe no Brasil por conta de editoras visionárias como a Devir e Nemo, e atualmente a editora Mythos edita Juiz Dredd em bancas e prometendo alguns materiais para livrarias. Outras editoras também trouxeram material do velho continente como a Conrad, L&PM, Panini Comics, Editora Abril, Editora Globo, Cia. das Letras, Martins Fontes, Barba Negra entre outros menos conhecidas. O problema de se trazer esse tipo de material para cá é justamente o custo/benefício. Enquanto Batmen e X-Men vendidos em bancas vendam muito bem, álbuns europeus tem um custo gráfico bem elevado, menos páginas, e formato maior, o que impossibilita aí que tenham um acesso mais fácil, prejudicando, claro, suas vendas. A aposta da Mythos em lançar Juiz Dredd em bancas num título mensal e formato magazine foi arriscada, mas parece ter dado algum resultado, pois a editora já fez duas renovações. No entanto, vale lembrar que esse material é o mesmo que sai todas as semanas na Inglaterra, com HQs curtas de até 8 página, com personagens mais comerciais da editora inglesa, a 2000AD.
Na Europa a maioria do quadrinhos saem em coletâneas ou álbuns que são arrastados por anos com produções que lembram as de um filme! Algumas "praças" adotam o estilo mix como a descontinuada Metal Hurlant, 1984 - El cómic de la Fantasía y la Ciencia Ficción, Pilote, 2000 AD, Totem el Comix, entre outras coletâneas. Esse tipo de formato chegou a ser editado no Brasil com material europeu, norte-americano e até nacional em várias revistas dos anos de 1980 e início de 1990 por editoras como Abril, Tudo em Quadrinhos e Heavy Metal. Infelizmente eram revistas que não duravam muito por conta aí da disputa em bancas com as revistas de super-heróis que faziam- e fazem- muito sucesso entre a maioria dos fãs de quadrinhos. O quadrinho europeu apesar de ser mais elaborado, não caiu na graça do brasileiro, que busca um quadrinho mais rápido e mais ágil. Para a minha tristeza, o quadrinho da Europa no Brasil estará mesmo fadado a álbuns caros que só serão disponíveis em sites, livrarias e comic shop. Mas a isso soma-se também os valores bem salgados. Um álbum de 40 e poucas páginas custa em média R$ 50,00 legais. Valores altos para obras fantásticas, mas acima do poder aquisitivo de muita gente. Quem sabe um dia uma editora lance no mercado uma revista mix do tipo...
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