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Alien de Alan Dean Foster (Resenha Livros)

É muito comum ver livros adaptados para o cinema, mas às vezes acontece o contrário também, que é  caso do livro Alien do autor Alan Dean Foster. Pra mim Alien é um dos filmes de ficção/terror mais bem sacados, onde os criadores deram "voz" ao expectador o deixando construir as cenas mais perigosas em suas mentes. Claro, muito dessa direção deve-se as dificuldades técnicas e orçamentárias de um filme como esse no final dos anos de 1970. Ainda assim, o longa foi muito bem sucedido e figura entre uma das produções mais aclamadas dentro do filão. O desafio de Foster aqui era justamente manter a tensão e claustrofobia da Nostromo, nave cargueira/rebocadora que serve ambiente para o filme e que carrega sete tripulantes numa missão de mineração. E o autor consegue impor um ritmo quente, afobado, tenso e apertado em suas linhas. Pra começar, Foster completa várias cenas que não existem no filme e dá voz e personalidade mais acentuada a cada tripulante. Em dados momentos, o livro passa a ser mais instigante que o próprio filme pelo formato que o autor aborda, sendo mais detalhado e aprofundando-se em suas motivações.
 
A trama é a mesma. Em determinado momento Mãe, o computador de bordo da Nostrono acorda seus hibernantes para atender um aparente chamado de emergência de uma nave em algum ponto próximo. A contragosto, os tripulantes debatem sobre a necessidade do possível resgate de uma nave em apuros e acabam indo para o planetoide de origem tal qual como no cinema. Um dos tripulantes que desce da Nostromo acaba sendo atacada por uma criatura que prega-se em seu rosto penetrando em seu capacete. Com isso a criatura acaba entrando na nave rebocadora. Assim como no filme, o alien usa o hospedeiro para se desenvolver e logo em seguida o mata durante uma refeição para posteriormente solta-se pelas tubulação da nave. Segue então aquela sensação de perigo e tensão a cada momento, a cada curva numa porta de acesso ou sombra duvidosa. Foster consegue colocar perigo em tudo. O autor é bem econômico na hora de mostrar a criatura deixando a tensão e discussões entre os tripulantes em vista- coisa que também é feito na produção cinematográfica, mas com a vantagem de se aprofundar mais na novelização.
 
O único ponto de atenção pra mim foi mesmo o final, onde o autor foi escasso em sua conclusão, sendo menos dramático e mais prático, como se quisesse finalizar logo. Seja como for, é uma ótima pedida para leitura. A edição da Aleph é caprichada e tem uma capa diferenciada com um efeito meio fosco. Ótima pedida.
 
NOTA: 9,0

Comentários

Little Ton disse…
Li há uns 15 anos e me lembro de ter gostado. Outras duas adaptações que também curti foram Tubarão e Coração Satânico. No caso deste último, não tenho certeza de qual veio primeiro, mas ambos são muito bons. Isso pra não falar no Exorcista. Acho o livro ainda melhor que o filme.