A editora americana Image Comics surgiu como um "grito de liberdade" lá em 1992 quando algumas das maiores estrelas recentes da Marvel debandaram da Casa das Ideias e resolveram criar e administrar seus próprios quadrinhos e personagens. Então surgiu uma "nova era" nos quadrinhos. O que a principio parecia ser inovador, tanto que fez as duas mais antigas, Marvel e DC se reinventarem, logo se mostrou pobre e sem criatividade e mergulhou a industria americana por longo anos num período negro e com poucos arroubos criativos verdadeiros. Mas a história da Image é maior e cheia de nuances de negativos. A começar pela formação dos "chefões" da época de sua criação com Todd McFarlane (Spawn), Rob Liefeld (Youngblood), Jim Lee (WidCATs), Marc Silvestri (Cyber Force), Erik Larsen (Savage Dragon) e Jim Valentino (Shadow Hawk). Todos eram estrelas de suas HQs e com isso, criou-se uma pequena batalha de egos dentro da editora. Suas criações até dividiam o mesmo universo, apareciam algumas vezes nos gibis um dos outros, mas com o tempo cada um acabou ganham praticamente um universo único, particular. E isso ficou ainda mais evidente quando cada "astro" criou seu próprio "Estúdio-Selo" para partilhar junto com o logo Image Comics.
A briga de egos chegou a um ponto forte entre 1995 e 1997 quando alguns sócios-fundadores começaram a se bicar. Marc Silvistri se afastou da empresa e editou seus quadrinhos pela Top Cow, seu selo próprio. Rob Liefeld, o "garoto-problema" foi convidado a sair da empresa e montou vários selos por fora. Jim Lee não quis se envolver e vender a WildStorm para a DC/Warner levando seus personagens para outra editora. Mas nem tudo foi ruim. Com o tempo a Image Comics que tinha fama de HQs visualmente bonitas, mas com roteiros idiotas começou a tomar forma, criar uma estrutura individual que acabou funcionando e muito bem. Grandes criadores começaram a criar suas HQs autorais pela Image e começaram a formar uma editora mais forte. Nomes novos foram surgindo, outros retornaram (no caso de Silvestri) e a editora foi ganhando um formato diferenciado e diversificado, Suas HQs começaram a ganhar premiações importantes e seus autores foram ficando famosos. Nunca chegou de fato a ameaçar a hegemonia DC/Marvel, mas no começo deu muita dor de cabeça e hoje se mantém numa linha mais segura.
A editora que faz 25 anos de criação passou por provações duras, quase foi para o beleléu, mas conseguiu se reinventar e seguir adiante. No Brasil seus títulos vieram trazendo grandes expectativas e seus carros-chefes chegaram a serem editados por aqui como Spawn, Cybver Force, Youngblood, WildCats, Savage Dragon e outros de sucesso como Gen 13 e Witchblade. Muito desses foram cancelados logo, por conta mesmo da qualidade criativa. Alguns perduraram mais, mas hoje nenhum deles é editado no Brasil. Mas outros títulos de sucesso recente como Walking Dead, Saga, Happy!, Eu Mato Gigantes, Invencível, Powers e entre outros que ainda podem vir para cá. Um que sempre quis, mas nunca rolou foi The Maxx, no entanto, hoje é difícil que aconteça. Pra mim a Image Comics representa uma qualidade diversificada e com muita criatividade e bons roteiros. Espero que uma parte desse material ainda aporte pelo Brasil.
CURIOSIDADES:
- A Image Comics foi muito criticada na época por ter personagens muito parecidos com a da Marvel Comics.
- No Brasil WildCats passou pela Globo, Abril e Pixel fora crossovers com outros personagens por outros editoras.
- Spawn foi editado pela Abril por muitos anos e então a Pixel pegou a partir da edição 150 e editou ainda 28 edições seguindo a numeração da Abril. A HQM lançou um especial.
- Algumas animações foram produzidas com seus personagens, mas com qualidades diferentes. Spawn e The Maxx ganharam séries bem produzidas pela HBO e MTV respectivamente, Já WildCats teve um seriado fraquinho e Gen13 ganhou um filme pouco conhecido. Savage Dragon também ganhou um quase esquecido. Witchblade ganhou um anime bem produzido há alguns anos.
- Dos medalhões da editora, apenas Spawn ganhou um filme em Hollywood e hoje ele é relativamente cultuado, apesar do fracasso retumbante,
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