Hoje os quadrinhos de luxo são uma realidade muito comum no Brasil, coisa que até dez anos atrás era um artigo nominalmente de luxo mesmo! Os valores são bem salgados e para fazer valer a pena as editoras contemplam suas edições de luxo (ou definitivas) com uma enxurrada de extras que vão de rascunhos, rascunhos de roteiro, roteiro completo, entrevistas, matérias, etc. Mas vale mesmo ter um "encarecimento" do produto por conta disso? Particularmente eu faço beiço para esses "extras" que apenas deixam o produto final mais caro, mas muitos fãs até curtem e preferem! Mas às vezes depende muito.
Vou usar um exemplo simples disso: Batman- Asilo Arkham. Desde que a Panini pegou a DC Comics ela já editou esse clássico do Batman em dois formatos. Na primeira vez em capa cartonada e com biografias simples do autores ao valor de R$ 12,90 com 132 páginas que compila na régua as páginas desse especial. Se fosse relançado nesse formato hoje o valor médio de uma HQ assim é de R$ 19,90 a R$ 21,90. Agora a versão "Definitiva" em capa dura custa R$ 60,00 e tem 220 páginas sendo apenas menos de 132 são efetivamente da HQ propriamente dita (vale lembrar que existem capas, créditos, e coisas assim que também contam como páginas no final das contas). O resto são dos famosos "Extras" que só encareceram o especial. Acho legal ter informações, mas nesse caso é um encarecimento desnecessário. A Salvat com seu formato em capa dura faz em apenas três ou quatro páginas com informações sobre os autores, algumas curiosidades, às vezes alguns rascunhos e só. E fica muito bom assim!
Esse formato "encarecido" é bem desnecessário e apenas deixa o produto muitas vezes inacessível. Claro, alguns quadrinhos como Watchmen é legal ter muitas informações por conta da complexidade da obra, mas nem todos exigem tanto material "enche-linguiça". Por ora ainda não há tantos encadernados assim, mas logo isso poderá se tornar uma prática comum inflacionando o produto final para o consumidor...
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