Muito se duvidava da capacidade de Liga da Justiça. Envolto a um mar de críticas sem mesmo ter estreado, os fãs em geral já estavam prevendo um fracasso de ideias. A verdade é que Liga da Justiça coloca finalmente a DC/Warner nos trilhos e parece seguir a rota correta de filmes para super-heróis, já vista em Mulher-Maravilha. Sendo mais direto, é um filme heroico, um filme que a DC precisava de vez. É espetacular, algo realmente digno da Liga da Justiça? Ainda não, mas é um filme divertido na medida certa, sem aquele tom soturno de Batma vs Superman, por exemplo. Não apostou no mirabolante, não tentou ser complexo. É um filme relativamente simples, na verdade. Com todas as confusões que houve nos bastidores por conta da saída de Zack Snyder na pós-produção, Liga da Justiça poderia ter se perdido nas refilmagens de Joss Whedon, mas a verdade é que acredito que muito do que Snyder fez está ali. Ainda que tenha alguns problemas de ritmo e roteiro, tudo é solucionado de forma ordenada e os heróis são bem apresentados.
A trama mostra que Batman está atrás de novos heróis que possam defender o mundo de algo que estar por vir. Com isso e com a ajuda da Mulher-Maravilha, aos poucos o Morcego consegue montar uma equipe com a entrada do Flash, um sarcástico Aquaman e Cyborg. Essa entrada é bem natural, nada forçado ou uma coisa assim. E mostra que muitos deles ainda precisam aprender a serem heróis de verdade. Com uma Liga de certa forma formada, Lobo da Estepe (num CGI a desejar) começa sua caçada pelas Caixas Maternas para assim, poder criar uma invasão digna de Darkside e se redimir de uma falha passada. A aventura é basicamente isso. E o Superman? Ele retorna? Claro que sim e isso não chega a ser um spoiler. O retorno do Superman fez muito bem ao personagem, pois o trouxe como o clássico que conhecemos. E ele faz sim a diferença! É o Superman que esperamos por anos. Essa mudança de tom foi muito positiva para o personagem. Nada de drama. Nada de tormento. Apenas o herói dos heróis.
Liga da Justiça é um filme pra ser assistido comendo pipoca, vendo o Flash, Mulher-Maravilha, Batman, Cyborg, Superman e Aquaman enfrentando vilões. Lembra bastante o clima da clássica série animada dos anos de 1990. O alivio cômico funcionou bem, existem boas cenas de ação, o texto às vezes derrapa, mas logo se acerta e por aí vai. E tem referências diversas ao Universo DC! Sim, tem sim. Preste bem atenção você vai reparar até num certo Lanterna, mas ainda não O Lanterna. Existem vários problemas além do roteiro, pois é visível que faltou trato gráfico. Alguns efeitos estão fora de foco e algumas cenas ficaram com um acabamento a desejar. E a trilha sonora da Danny Elfman funciona bem melhor do que o que foi feito em Batman vs Superman com aquela trilha sonora apática Junkie XL e o compositor ainda trouxe o clássico tema do Batman do filme de 1989 e uma passagem da trilha clássica de John Williams para Superman- O Filme de 1978. Seja como for, é um acerto sem dúvidas e vale sim a conferida nos cinemas. E com duas cenas pós-crédito, a última é que realmente faz a diferença e vai deixar muita gente feliz e ao mesmo tempo confusa. Explicando: a Warner já anunciou que pretende fazer filmes menos integrados, mas ainda assim coexistindo dentro de um universo compartilhado. E essa tal cena pós-crédito parece ditar o contrário. Agora é aguardar o filme do Aquaman para 2018 e The Batman e Mulher-Maravilha pra 2019.
NOTA: 8,0
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